O Problema do poder
política e fé em tempos de ditadura no Brasil (1968-1972)
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v31i01.8559Palavras-chave:
História do Tempo Presente., Ditadura Militar, Igreja CatólicaResumo
No trabalho em tela analisamos o posicionamento e atuação de setores do catolicismo, críticos ao conservadorismo interno da igreja no período da ditadura militar brasileira, especialmente entre 1968 e 1972, a partir do que se convencionou denominar o documento Comblin. Destacamos as nuances de um estudo realizado pelo padre belga Joseph Comblin, tendo como referência o documento base para a II Conferência Episcopal Latino-americana, realizada em Medellín no final dos anos 1960. A divulgação de tal análise resultaram nas perseguições que culminaram com a proibição de permanência do sacerdote no Brasil. Com a criação da Lei de acesso à informação e aumento da possibilidade do contato com os acervos do período repressivo, tais como: dossiês e prontuários, produzidos pelos Centros de Informações da ditadura, destacamos também o olhar vigilante da espionagem dos órgãos da ditadura contra o clero e leigos católicos.
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