Uma hipótese sobre a formação política do Brasil:
açambarcamento da política e apropriação monopólica do poder social
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v28i02.7859Palabras clave:
campo político, formação política do Brasil, luta de classesResumen
O objetivo deste ensaio é contribuir com os estudos sobre a formação política do Brasil. Nesse sentido, olha para o desenvolvimento da história nacional e visa a explicar a esfera política nacional e seu desenvolvimento em conexão com a economia, a cultura e outras esferas da sociedade. Ao falar de política, terá como objeto tanto o processo de conformação da política institucional, como a política e os movimentos e aspirações políticas dos grupos sociais, da assim chamada sociedade civil. A ‘política brasileira’, em sua totalidade, é entendida aqui como essa relação entre ‘política oficial’ e iniciativas e movimentos políticos independentes e autônomos de setores da sociedade civil. Conclui-se que a estrutura política do Estado brasileiro constituiu de forma e com o objetivo de fechar-se em si mesma, impedindo concretamente a entrada dos demais sujeitos sociais na esfera política e a possibilidade de sua influência sobre as decisões políticas, bem como qualquer responsividade do Estado às suas demandas. A repressão violenta das mobilizações sociais populares visando ao silenciamento destas iniciativas políticas foi parte essencial da constituição da política institucional nacional e, por conseguinte, da feição de política brasileira total objetivada pelas elites políticas e econômicas do país. Às iniciativas políticas populares é retirada toda legitimidade por estas mesmas elites, e atribuída violência, disrupção da ordem social e atraso civilizacional. As elites lograram assim e continuam fazendo o trabalho simbólico de deslegitimação das iniciativas políticas populares.
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