A extinção da SECADI como política de deseterritorialização de povos indígenas pelo Estado brasileiro (2016-2022)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v30i02.8245

Palabras clave:

Educação e Povos Indígenas, Território, Estado

Resumen

A discussão ora proposta é parte de uma pesquisa mais ampla (em nível de doutoramento),em que temos discutido as relações entre Estado nacional brasileiro e povos indígenas. Desta vez, voltaremos nossa atenção, mais especificamente, para o uso de instituições do Estado, cujas políticas tendem a fragilizar a consolidação dos territórios indígenas. Nosso recorte empírico tem como foco a extinção da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) por um período que compreendeu os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro (2016-2022). Criada em 2004, no primeiro governo Lula, essa secretaria vinha desde 2009 desenvolvendo ações de criação e afirmação dos territórios etnoeducacionais. Um estudo do período em que esteve extinta será uma oportunidade de debate promissor em torno do tema de acesso das minorias nacionais ao reconhecimento e consolidação de seus modos de vida e ao desenvolvimento de ações para a promoção de educação inclusiva e educação ambiental com vistas à efetivação de políticas públicas intersetoriais.

Biografía del autor/a

Josué Felipe Silva Maia, Universidade Federal da Bahia - University of Toronto, Canadá.

Professor de Sociologia do Instituto Federal do Maranhão. Doutorando em Ciências Sociais pela UFBA, atualmente em estágio doutoral na University of Toronto, Canadá. 

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Publicado

10/12/2024

Cómo citar

SILVA MAIA, J. F. A extinção da SECADI como política de deseterritorialização de povos indígenas pelo Estado brasileiro (2016-2022). Textos e Debates, [S. l.], v. 30, n. 02, p. e8245, 2024. DOI: 10.18227/2317-1448ted.v30i02.8245. Disponível em: http://revista.ufrr.br/textosedebates/article/view/8245. Acesso em: 22 dic. 2024.