Diante da Medusa:
a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e a construção da vítima da Ditadura civil-militar
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v31i01.8518Palavras-chave:
Zuzu Angel, Comissão Especial sobre Mortos e Desparecidos Políticos, Políticas de memóriaResumo
O texto analisa o surgimento e a atuação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada a partir da Lei 9.140/95 no governo de Fernando Henrique Cardoso, com a missão de reconhecer a responsabilidade do Estado em mortes e desaparecimentos por motivação política durante a ditadura militar. Aborda a forma de seleção dos membros da comissão, o curto prazo de requerimentos, a pouca divulgação oficial e o engajamento histórico de familiares e entidades. Discute ainda como a “necrocontabilidade” se consolidou em listas prévias, excluindo potenciais grupos marginalizados, e expõe divergências e polêmicas em julgamentos específicos, como o caso de Zuzu Angel. Mostra, por fim, como essas iniciativas de reparação financeira e moral enfrentaram disputas ideológicas e memória seletiva.
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