Do habitus ao self realista

uma conversa franco-britânica sobre agência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v28i01.7933

Palavras-chave:

Estrutura e ação, Habitus, Self realista

Resumo

Este artigo examina o problema da agência a partir de um diálogo entre a teoria da prática de Pierre Bourdieu e o realismo social de Margaret Archer. Baseia-se em uma reflexão comparativa entre o conceito de bourdieusiano de habitus e a concepção realista de self de Archer. Argumenta-se que a autora conserva alguns insights básicos da reflexão bourdieusiana (primado da prática, abordagem processual e estratificada do mundo social, rejeição do binarismo macro/micro). Mas,  ela rompe com o resíduo estruturalista que marca a abordagem bourdieusiana a partir de um diálogo forte como realismo crítico de Roy Bhaskar e na tradição pragmática. Assim, ela restitui não só a autonomia e a reflexividade dos sujeito, bem como seu primado temporal e eficácia causal em relação as estruturas socias e culturais.

Biografia do Autor

Saulo Vinicius Souza Barbosa, Universidade Federal de Sergipe

Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe com período sanduíche realizado na Scuola Normale Superiore, Itália. Mestre em Sociologia e graduado em História pela mesma instituição. É pesquisador no Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP/UFS). 

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Publicado

10/06/2022

Como Citar

SOUZA BARBOSA, S. V. Do habitus ao self realista: uma conversa franco-britânica sobre agência. Textos e Debates, [S. l.], v. 28, n. 01, p. e7933, 2022. DOI: 10.18227/2317-1448ted.v28i01.7933. Disponível em: http://revista.ufrr.br/textosedebates/article/view/7933. Acesso em: 19 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos e Comunicações