Do habitus ao self realista
uma conversa franco-britânica sobre agência
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v28i01.7933Palavras-chave:
Estrutura e ação, Habitus, Self realistaResumo
Este artigo examina o problema da agência a partir de um diálogo entre a teoria da prática de Pierre Bourdieu e o realismo social de Margaret Archer. Baseia-se em uma reflexão comparativa entre o conceito de bourdieusiano de habitus e a concepção realista de self de Archer. Argumenta-se que a autora conserva alguns insights básicos da reflexão bourdieusiana (primado da prática, abordagem processual e estratificada do mundo social, rejeição do binarismo macro/micro). Mas, ela rompe com o resíduo estruturalista que marca a abordagem bourdieusiana a partir de um diálogo forte como realismo crítico de Roy Bhaskar e na tradição pragmática. Assim, ela restitui não só a autonomia e a reflexividade dos sujeito, bem como seu primado temporal e eficácia causal em relação as estruturas socias e culturais.
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