OS JOGOS INDÍGENAS E A LEI 11.645/2008: POSSIBILIDADES PARA UM CURRÍCULO INTERCULTURAL
POSSIBILIDADES PARA UM CURRÍCULO INTERCULTURAL
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v30i01.7919Palavras-chave:
Jogos Indígenas, Educação Intercultural, Currículo, Sala de AulaResumo
A proposta que move este estudo baseia-se em uma pesquisa bibliográfica que visa analisar como as atividades realizadas nos Jogos Indígenas podem ser utilizadas no currículo, considerando as memórias e a cultura dos povos originários, correlacionando-as às exigências da Lei 11.645/2008. Pensar os Jogos Indígenas nessa perspectiva é uma resposta que a escola precisa dar às inúmeras culturas presentes na sociedade, nos papéis que os professores podem exercer no desenvolvimento do currículo, especificamente quando se quer atender a diversidade e ainda nas potencialidades da educação intercultural no sentido da renovação de um currículo que concretize o princípio de escola para todos. Buscaremos um diálogo com os principais autores sobre interculturalidade, identidade, conceitos sobre o currículo inter e multicultural, e sua conexão com a diversidade, utilizando os Jogos Indígenas para analisar formas diversas de conhecimentos construídos nesses eventos, de maneira que seja possível aproximá-los das práticas docentes e propor a atividade intercultural na escola, em conformidade com a legislação. Nessa direção, Grando, Xavante e Campos (2015) trazem em seu trabalho um importante estudo sobre jogos e brincadeiras indígenas presentes na memória de adultos e idosos de 18 etnias indígenas. Por seu turno, Cuyabano (2010) amplia a discussão ao contextualizar as relações históricas entre os povos originários e a sociedade não indígena, a partir do diálogo com as experiências vivenciadas nos jogos e a literatura atual. Na mesma direção, o autor Silva (2014) em seu livro “Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos culturais” apresenta a importância do conceito de identidade e as relações entre cultura, identidade e diferença. Por seu turno, direção Brighenti (2022) apresenta a relação entre a Lei 11.445, educação intercultural que pode ser vivenciada na escola. Em outra direção, os autores Dorrico (2021) e Delmondez e Pulino (2014), discutem a relação entre educação indígena e educação escolar indígena, entre outros autores com importante contribuição sobre o currículo intercultural neste estudo. Nessa perspectiva, situamos este trabalho, que busca uma educação democrática, justa e plural, com especial relevância no momento atual marcado por perspectivas conservadoras e reacionárias, orientado pela perspectiva decolonial e sua inter-relação com a educação intercultural crítica.
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