A educação especial em contexto indígena e as brincadeiras da etnia jeripancó
DOI:
https://doi.org/10.18227/2675-3294repi.v1i0.6716Palavras-chave:
Educação Especial, Educação Escolar Indígena, Brincadeira, JeripancóResumo
Esta pesquisa tem como objetivo compreender a educação especial em contexto indígena e as brincadeiras da aldeia Jeripancó da terra indígena Ouricuri, situada no município de Pariconha no estado de Alagoas, pondo em questão as relações construídas, visto que a brincadeira é um elemento que compõem a infância, evidenciando aspectos culturais, sociais e históricos como elementos de aprendizagem e desenvolvimento. Nesse sentido, o âmbito educacional torna-se espaço para desenvolver e mostrar o sentido da brincadeira na formação pessoal e profissional de cada sujeito em particular a pessoa indígena com deficiência, uma vez que as ações pedagógicas por meio de atividades lúdicas direcionam estímulos significantes na aprendizagem, considerando ainda, uma reflexão acerca da prática educativa. A metodologia utilizada nesta pesquisa de campo foi descritiva pautada em Gil (2008), utilizando-se de uma abordagem qualitativa, conforme Oliveira (2012). O período de realização da coleta de dados teve a duração de aproximadamente cinco meses a contar do momento do levantamento bibliográfico. Da análise temático-categorial emergiram categorias a fim de facilitar a discussão dos resultados, a partir da pesquisa de revisão integrativa sobre a educação especial em um espaço geográfico indígena e as brincadeiras das crianças indígenas Jeripancó. Assim, esta pesquisa oferece uma interface dual entre a educação especial e a educação escolar indígena, de forma que possam contribuir para a sobrevivência das culturas indígenas promovendo o desenvolvimento permanente, sem a perda da identidade étnica e de sua cidadania.
SPECIAL EDUCATION IN INDIGENOUS CONTEXTS AND JERIPANCÓ ETHNICITY GAMES
This research aims to understand special education in indigenous context and the Jeripancó village ethnic games from the Ouricuri indigenous land, located in the municipality of Pariconha in the state of Alagoas, calling into question the relationships built, since the game is an element that make up the childhood, highlighting cultural, social and historical aspects as elements of learning and development. In this sense, the educational scope becomes a space to develop and show the sense of games in the personal and professional training of each person, in particular the indigenous person with a disability, since the pedagogical actions through playful activities direct significant stimuli in learning, considering also, a reflection about the educational practice. The methodology used in this field research was descriptive based on Gil (2008), using a qualitative approach, according to Oliveira (2012). The data collection period lasted approximately five months from the moment of the bibliographic survey. From the thematic-categorical analysis, categories emerged in order to facilitate the discussion of the results, based on an integrative review research on special education in an indigenous geographic space and the Jeripancó indigenous children games. Thus, this research offers a dual interface between special education and indigenous education, so that they can contribute to the survival of indigenous cultures by promoting permanent development, without losing ethnic identity and citizenship.
KEYWORDS: Special Education; Indigenous Education; Game; Jeripancó ethnicity.
EDUCACIÓN ESPECIAL EN CONTEXTOS INDÍGENAS Y JUEGOS DE JERIPANCÓ
Esta investigación tiene como objetivo comprender la educación especial en un contexto indígena y los juegos de la aldea Jeripancó de la tierra indígena Ouricuri, ubicada en el municipio de Pariconha en el estado de Alagoas, cuestionando las relaciones construidas, ya que el juego es un elemento que conforman la infancia, mostrando aspectos culturales, sociales e históricos como elementos de aprendizaje y desarrollo. En este sentido, el ámbito educativo se convierte en un espacio para desarrollar y mostrar el sentido del juego en la formación personal y profesional de cada sujeto, en particular del indígena con discapacidad, ya que las acciones pedagógicas a través de actividades lúdicas dirigen estímulos significativos en el aprendizaje, considerando también, una reflexión sobre la práctica educativa. La metodología utilizada en esta investigación de campo fue descriptiva con base en Gil (2008), utilizando un enfoque cualitativo, según Oliveira (2012). El período de recolección de datos duró aproximadamente cinco meses desde el momento del levantamiento bibliográfico. Del análisis temático-categórico surgieron categorías para facilitar la discusión de los resultados, a partir de una investigación de revisión integradora sobre la educación especial en un espacio geográfico indígena y los juegos de los niños indígenas Jeripancó. Así, esta investigación ofrece una doble interfaz entre la educación especial y la educación escolar indígena, para que puedan contribuir a la supervivencia de las culturas indígenas promoviendo el desarrollo permanente, sin perder la identidad étnica y la ciudadanía.
PALABRAS CLAVE: Educación Especial; Educación Escolar Indígena; Juego; Etnia Jeripancó.
Referências
BRASIL. Constituição (1988) Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL, Decreto n. 6.040, de 07 de fevereiro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm>. Acesso em: 24 maio 2020.
BURATTO, L. G. O Indígena em Situação de Deficiência: o duplo desafio da inclusão. [s.d.]. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br> . Acesso em: 05 agosto 2020.
BURATTO, L. G; BARROCO, S. M. S.; FAUSTINO, R. C. Educação Especial na escola indígena: Reflexões necessárias. In: FAUSTINO, R. C; CHAVES, M; BARROCO, S. M. S. (Org.). Intervenções pedagógicas na educação escolar indígena: Contribuição da teoria Histórico Cultural. Maringá: Eduem, 2010.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Tradução Maria Thereza Redig de Carvalho Barrocas. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
CERQUA, A. Clarões de fé no Médio Amazonas: a prelazia de Parintins no seu jubileu de prata. Manaus: Imprensa Oficial do Estado do Amazonas, 1980.
COHN C. Antropologia da Criança. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2005.
FANTACHOLI, Fabiane das Neves. O Brincar na Educação Infantil: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras – Um Olhar Psicopedagógico. Revista Científica Aprender. Publicado em 05 de dezembro de 2011. Disponível em: http://revista.fundacaoaprender.org.br/?p=78. Acesso em: 18 jun. 2020.
FAUSTINO, Rosângela Célia Faustino e MOTA, Lúcio Tadeu. Crianças indígenas: o papel dos jogos, das brincadeiras e da imitação na aprendizagem e no desenvolvimento. Acta Scientiarum Education, Maringá, v. 38, n. 4, p. 395-404, out./dez., 2016. DOI: https://doi.org/10.4025/actascieduc.v38i4.27968
FERREIRA, Maria Beatriz Rocha. Jogos dos Povos Indígenas: tradição e mudança.
Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil, 2006.
FERREIRA, Gilberto Geraldo. Memórias de formação de um “Cacique” indígena. SBHE, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ITURRA, R. O imaginário das crianças: os silêncios da cultura oral. Lisboa: fim de século, 1997.
LUCIANO, Gersem. Desafios para a execução de uma política pública municipal de educação escolar indígena: dois anos de experiências em São Gabriel da Cachoeira – AM. In: SILVA, Aracy Lopes da; FERREIRA, Mariana Kawall Leal (Org.). Antropologia, História e Educação: a questão indígena e a escola. 2. ed. São Paulo: Global, 2001. (Série: Antropologia e Educação).
NASCIMENTO, Adir Casaro. A educação e o indígena no Brasil por Adir Casaro Nascimento. REU, Sorocaba, SP, v. 41, n. 2, p. 331 – 335, dez. 2015. Disponível em: . Acesso em: 09 setembro 2020.
NASCIMENTO, Adir Casaro; BRAND, Antônio J.; AGULERA URQUIZA, Antônio H. Entender o Outro – A criança indígena e a questão da Educação Infantil. In: REUNIÃO DA ANPED. Anais... Caxambu, 2006.
OLIVEIRA, M. M. de. Abordagem qualitativa. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Autores Associados, 2012.
SILVA, Araci Lopes da; MACEDO, Ana V. L. da S.; NUNES, Ângela (Org.). Crianças Indígenas: ensaios antropológicos. São Paulo: Global, 2002.
SILVA, Tailde Correia da, DINIZ, Denílson. O brincar das crianças Jeripankó. VI Congresso Nacional de Educação - VI CONEDU. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA_ID4309_07112019175505.pdf>. Acesso em: 04 agosto 2020.
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Escola indígena: novos horizontes teóricos, novas fronteiras de educação. In: SILVA, Aracy Lopes da; FERREIRA, Mariana Kawail Leal. Antropologia, história e educação: a questão indígena e a escola. São Paulo: Global, 2001.
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA (UNICEF). Garantindo os direitos das crianças indígenas. Nova Iorque: Unicef, 2004.
VAN DEN BERG, Carla Neide Cavalcante. Perspectivas e Fundamentos da Educação Especial e da Educação Indígena no Estado de Roraima. Monografia. Universidade Federal de Roraima - UFRR, 2019.
ZANELLA, Andréa Vieira; LESSA, Clarissa Terres; DA ROS, Sílvia Zanatta. Contextos grupais e sujeitos em relação: contribuições às reflexões sobre grupos sociais. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 15, n. 1, p. 211-218, 2002. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722002000100022
WAJSKOP, G. Concepções de brincar entre profissionais da educação infantil: implicações para a prática institucional. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista Educação, Pesquisa e Inclusão não cobra taxas para submissão, avaliação e publicação
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComerdial-CompartilharIgual 4.0 Internacional, permitindo compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes, desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte, reconhecendo a autoria e a publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão para distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.