Satanismo e bruxaria na inquisição portuguesa

análise do monitório do inquisidor geral dom Diogo da Sylva, de 1536

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v28i02.8016

Palavras-chave:

Inquisição portuguesa, Inquisição Moderna, Bruxaria, Satanismo

Resumo

O presente trabalho objetiva compreender a crença da Inquisição Moderna na existência de bruxos e satanistas. Assim, por meio desta pesquisa será possível apontar o século XV como o ponto de virada nos assuntos ligados a bruxaria e demonolatria, tendo em vista que inquisidores e teólogos passaram a defender que os poderes de bruxos e satanistas era real e, por isso, deveriam ser punidos. O artigo tomou como fonte de análise o monitório do inquisidor geral de Portugal, dom Diogo da Sylva, publicado em 1536. No tratamento dos dados foi empregado uma noção etnográfica, tal como a defendida por Robert Darnton (1984), na qual se busca entender o universo mental dos nativos através das fontes históricas. Os resultados obtidos nos levaram a concluir que a crença na existência de bruxos e satanistas fundamentou a repressão de resquícios pagãos e o uso de grupos sociais como bode expiatório para aliviar tensões sociais

Biografia do Autor

Felipe Trindade de Souza , Universidade Federal de Sergipe

Mestre em Sociologia (PPGS-UFS) e licenciado em História (Dhi-UFS). É membro do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS) 

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Publicado

10/12/2022

Como Citar

TRINDADE DE SOUZA , F. . Satanismo e bruxaria na inquisição portuguesa: análise do monitório do inquisidor geral dom Diogo da Sylva, de 1536. Textos e Debates, [S. l.], v. 28, n. 02, p. e8016, 2022. DOI: 10.18227/2317-1448ted.v28i02.8016. Disponível em: http://revista.ufrr.br/textosedebates/article/view/8016. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos e Comunicações