Um lugar possível para o sangue:
círculos de mulheres, menstruação e ciclicidade
DOI:
https://doi.org/10.18227/2317-1448ted.v29i01.8002Palavras-chave:
Círculos de mulheres, Menstruação, CorpoResumo
Historicamente, na nossa sociedade, a menstruação foi compreendida, narrada e experimentada como algo vergonhoso, sujo e impuro. Contudo, atualmente, determinados grupos de mulheres têm criado novas narrativas menstruais em que o sangue assume um valor positivo e a experiência menstrual é narrada e vivida de modo alternativo, a partir de marcadores como espiritualidade feminina, práticas de cuidados (Florais da lua, escaldapés, meditação, dentre outros) e ciclicidade. Os chamados Círculos de mulheres são espaços horizontalizados, em que mulheres das camadas médias urbanas vem produzindo novas narrativas e práticas sobre a menstruação. Durante o ano de 2019, em Fortaleza-Ceará-Brasil, acompanhou-se de modo sistemático 6 Círculos de mulheres em que o tema da menstruação aparecia como algo privilegiado. É a partir dessa experiência de campo que se discute as transformações pelas quais vem passando a forma de experenciar a menstruação a partir dos discursos e práticas postos em ação nesses Círculos.
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