POR UMA GEOGRAFIA DA COMPLEXIDADE
Palavras-chave:
Complexidade; Geografia; Sociedade.Resumo
O pensamento geográfico se transforma no espaço-tempo, refletindo e agindo nas grandes questões da sociedade. O desenvolvimento da geografia passa por diversas fases e correntes epistemológicas, gerando abordagens distintas e, por vezes, antagônicas. Neste trabalho se propõe uma discussão sobre a teoria da complexidade e sistemas complexos como abordagem epistemológica da geografia, especialmente diante dos desafios da sociedade digital e globalizada do século XXI. Ao incorporar a complexidade em seus fundamentos, a geografia busca superar dualidades históricas, integrando homem e natureza. A proposta é uma geografia de forte impacto social, capaz de compreender dilemas complexos, proporcionando respostas concretas e promovendo a emancipação, ultrapassando barreiras acadêmicas em prol de uma ciência de ação sensível às dimensões humanas e conectada à nova realidade contemporânea.
Referências
AB ́SABER, A. N. O que é ser geógrafo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.
AB ́SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: Potencialidades paisagísticas. Cotia: Editora Ateliê, 2006.
ARTHUR, W. B. The nature of technology: What it is and how it evolves. Simon and Schuster, 2009.
ARTIME, O; DE DOMENICO, M. From the origin of life to pandemics: Emergent phenomena in complex systems. Philosophical Transactions of the Royal Society A, 2022. Disponível em: (https://royalsocietypublishing.org/doi/full/10.1098/rsta.2020.0410). Acesso em: 09/11/2023.
BARBOSA, T; DE AZEVEDO, J. R.N. A geografia quantitativa: ensaios. Espaço em Revista, 2011. Disponível em: 16893-70187-1-PB_1-libre.pdf (d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net)). Acesso em: 22/10/2023.
BAR-YAM, Y. Dinâmica de sistemas complexos. Editora CRC, 2019.
BATTY, M. The computable city. International Planning Studies. 1997.
BATTY, M. Virtual geography. Futures. 1997.
BATTY, M; TORRENS, P. M. Modelling and prediction in a complex world. Futures, 2005. Disponível em: (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0016328704001788). Acesso em: 05/10/2023.
BATTY, M; TORRENS, P. M. Modelling complexity: the limits to prediction. Cybergeo. European Journal of Geography, 2001. Disponível em: (https://journals.openedition.org/cybergeo/1035). Acesso em: 13/11/2023.
BURRELL, J.; FOURCADE, M. The society of algorithms. Annual Review of Sociology, 2021, 47: 213-237. Disponível em: (https://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev-soc-090820-020800). Acesso em: 20/11/2023.
BYRNE, D. Complexity theory and the social sciences: An introduction. Routledge, 2002.
CAETANO, J. N; BEZZI, M. L. Reflexões na geografia cultural: a materialidade e a imaterialidade da cultura. Sociedade & Natureza. 2011. Disponível em: (https://www.scielo.br/j/sn/a/y5KyVymLcJ7xFBKm9pWvbQm/?lang=pt). Acesso em: 21/10/2023.
CAMARGO, J. C. G; JUNIOR, D. F. C. R. Considerações a respeito da geografia neopositivista no Brasil. Geografia, 2004. Disponível em: (https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/ageteo/article/view/1064). Acesso em: 23/10/2023.
CAMARGO, L. H. R. A Geoestratégia da Natureza: a geografia da complexidade e a resistência à possível mudança do padrão ambiental planetário. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
CARLOS, A. F. A. A geografia brasileira, hoje: algumas reflexões. Terra Livre, 2002. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/index.php/terralivre/article/view/151). Acesso em: 30/10/2023.
CARR-CHELLMAN, D. J.; CARR-CHELLMAN, A. Integrating systems: The history of systems from von Bertalanffy to profound learning. TechTrends, 2020.
CASTRO, I .E. “O problema da escala. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand, 1995.
CAVALCANTE, K. L; ALVES, R. S. Ecosophy and the relationship between man and nature in contemporaneity. International Journal of Advanced Engineering Research and Science, 2020, 7.1. Disponível em: (https://journal-repository.theshillonga.com/index.php/ijaers/article/view/1582). Acesso em: 07/11/2023.
CHRISTOFOLETTI, A. As características da nova Geografia. São Paulo: Difel, 1985.
CLAVAL, P. C. Geografia Cultural: um balanço. Geografia (Londrina). 2011.
CLAVAL, P. Espaço e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
CLAVAL, P. Marxismo e geografia econômica na obra de David Harvey. Espaço e Economia. Revista brasileira de geografia econômica, 2013. Disponível em: (https://journals.openedition.org/espacoeconomia/570). Acesso em: 05/11/2023.
COLE, J. P. Geografia quantitativa. Instituto Brasileiro de Geografia, 1972.
CORRÊA, R. L. A trajetória da geografia brasileira: uma breve interpretação. Terra Livre, 2010. Disponível em: (https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/310). Acesso em: 02/11/2023.
CORRÊA, R. L; SAUER, C. Sobre a geografia cultural. Revista Brasileira de Geografia. 2009. Disponível em: (https://www.ihgrgs.org.br/artigos/contibuicoes/Roberto%20Lobato%20Corr%C3%AAa%20-%20Sobre%20a%20Geografia%20Cultural.pdf). Acesso em: 11/10/2023.
DA SILVA, A. C. A renovação geográfica no Brasil 1976/1983 (as geografias crítica e radical em uma perspectiva teórica). Boletim Paulista de Geografia, 1984. Disponível em: (https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/1004). Acesso em: 01/11/2023.
DE CAMARGO, L. H. R. Planejamento e gestão não Euclidiana do espaço-tempo: para além da leitura clássica. Ensaios de Geografia, 2023. Disponível em: (https://periodicos.uff.br/ensaios_posgeo/article/view/55049). Acesso em: 14/11/2023.
DE CAMPOS, R. R. Breve histórico do pensamento geográfico brasileiro nos séculos XIX e XX. Paco Editorial, 2014.
DEL SANTO, F.; GISIN, N. Physics without determinism: Alternative interpretations of classical physics. Physical Review A, 2019. Disponível em: (https://journals.aps.org/pra/abstract/10.1103/PhysRevA.100.062107). Acesso em: 28/11/2023.
DONATI, P. The digital matrix and the hybridisation of society. WINCH, P. Post-Human Institutions and Organizations. Routledge, 2019.
DUFVA, T; DUFVA, M. Grasping the future of the digital society. Futures, 2019. Disponível em: (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0016328717302252). Acesso em: 24/11/2023.
ERTHAL, R. Geografia histórica-considerações. GEOgraphia, 2003. Disponível em: (https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13442). Acesso em: 01/11/2023.
FAISSOL, S. A geografia quantitativa no Brasil: como foi e o que foi. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 1989.
FAISSOL, S. Problemas geográficos brasileiros: análises quantitativas. Ministerio de Planejamento e Coordinação Geral, Fundação IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia, 1973.
FOUCAULT, Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2007.
FRANCELIN, M. M. Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e paradoxos. Ciência da Informação, 2004, 33: 26-34. Disponível em: (https://www.scielo.br/j/ci/a/ZmhGpGCb8DnzGYmRBfGWNLy/?lang=pt). Acesso em: 30/11/2023.
FUNTOWICZ, S. O.; RAVETZ, J. R. Science for the post-normal age. Futures, 1993.
GLEICK, J. Chaos: Making a new science. Penguin, 2008.
GOMES, R. D; VITTE, A. C. Geossistema e complexidade: Sobre hierarquias e diálogo entre os conhecimentos. RAEGA-O Espaço Geográfico em Análise, 2017.
GUASTELLO, S. J.; LIEBOVITCH, L S. Introduction to nonlinear dynamics and complexity. 2009.
GULOMOV, A. B. Uzbek Jadid Thinker Abdulla Avloni's Viewpoints On Concerning Relationship Between Man And Nature. In: international scientific and current research conferences. 2020.
GURYANOVA, A; KHAFIYATULLINA, M. P; PETINOVA, M; ASTAFEVA, N; GURYANOV, N. Social, psychological and worldview problems of human being in digital society and economy. POPKOVA, E. G; SERGI, B. S. Digital Economy: Complexity and Variety vs. Rationality 9. Springer International Publishing, 2020. p. 244-250.
HOLLAND, J. H. Complexity: a very short introduction. OUP Oxford, 2014.
JOHNSON, S. Emergence: The connected lives of ants, brains, cities, and software. Simon and Schuster, 2002.
LENCIONI, S. Concentração e centralização das atividades urbanas: uma perspectiva multiescalar. Reflexões a partir do caso de São Paulo. Revista de Geografia Norte Grande. 2008. Disponível em: (https://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-34022008000100002&script=sci_arttext). Acesso em: 09/10/2023.
LEWIN, R. Complexity: Life at the edge of chaos. University of Chicago Press, 1999.
MANČAL, T. A decade with quantum coherence: How our past became classical and the future turned quantum. Chemical Physics, 2020. Disponível em: (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301010419308067). Acesso em: 26/11/2023.
MARIUTTI, E. B. Ordem espontânea, complexidade e caos: tempo, criatividade e incerteza. Lugar Comum–Estudos de mídia, cultura e democracia, 2022.
MASSEY, D. Espaço-tempo, "ciência" e a relação entre geografia física e geografia humana. Transações do Instituto de Geógrafos Britânicos, 1999.
MELO, L. A. M. P; STEINKE, E. T. Um ensaio argumentativo a favor do uso de quantificação em Geografia. Caderno Prudentino de Geografia, 2014. Disponível em: (https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/2937). Acesso em: 11/10/2023.
MENDONÇA F. Geografia e meio ambiente. Editora Contexto; 1994.
MENDONÇA, F. Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro and the Construction of Brazilian Geographical Climatology. In: Brazilian Geography: In Theory and in the Streets. Singapore: Springer Nature Singapore, 2022.
MENDONÇA, F. Dualidade e dicotomia da geografia moderna: A especificidade científica e o debate recente no âmbito da geografia brasileira. Raega-O Espaço Geográfico em Análise, 1998. Disponível em: (Open Journal Systems (ufpr.br)). Acesso em: 01/10/2023.
MITCHELL, M. Complexity: A guided tour. Oxford university press, 2009.
MONTEIRO, C. A. F. Clima urbano. Contexto, São Paulo, 2003.
MONTEIRO, C. A. F. Geografia do Brasil. Grande Região Sul. IBGE, Rio de Janeiro, 1963.
MORAES, A. C. R. Geografia, interdisciplinaridade e metodologia. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), 2014. Disponível em: (https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/81075). Acesso em: 02/10/2023.
MORAES, A. C. R. Ratzel. São Paulo: Ática, 1990.
MORAES, A. C. R. Geografia: pequena história crítica. Annablume, 2007.
MOREIRA, R. Para onde vai o pensamento geográfico?: por uma epistemologia crítica. Editora Contexto, 2010.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 5. ed. Porto Alegre: Sulina. 2015
MORIN, E. O problema epistemológico da complexidade. 3. ed. Mira-Sintra: Publicações Europa-América, 2002.
MORIN, E; LE MOIGNE, J. A Inteligência da Complexidade. 3ª ed. São Paulo: Petrópolis, 2000.
MOURA, B. A. O que é natureza da ciência e qual sua relação com a história e filosofia da ciência? Revista Brasileira de História da ciência, 2014. Disponível em: (https://rbhciencia.emnuvens.com.br/revista/article/view/237). Acesso em: 12/12/2023.
MUKHERJEE, A; DEUTSCH, A; GANGULY, N. Dynamics On and Of Complex Networks. AMC, 2013.
NIKITENKO, V. The impact of digitalization on value orientations changes in the modern digital society. Humanities Studies, 2019, 2 (79): 80-94. Disponível em: (http://humstudies.com.ua/article/view/202753). Acesso em: 18/11/2023.
PEITGEN, H, JURGENS, H; SAUPE, D. Chaos and fractals: new frontiers of science. New York: Springer, 2004.
POHLE, J.; THIEL, T. Digital sovereignty. Pohle, J. & Thiel, 2020.
PORTUGALI, J. Complexity theory as a link between space and place. Environment and Planning A, 2006. Disponível em: (https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1068/a37260). Acesso em: 11/10/2023.
PSILLOS, S. Scientific realism: How science tracks truth. Routledge, 2005.
RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RAMAGE, M. S. K. Ludwig von Bertalanffy. In: Systems Thinkers. Springer, London. 2020.
REIS, P. Ciência e educação: que relação?. Revista Interacções, 2006. Disponível em: (https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/314). Acesso em: 29/11/2023.
ROCHE, C.; BROWN, G; LEWIS, V. Thinking with complexity in evaluation: A case study review. Evaluation Journal of Australasia, 2021. Disponível em: (https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1035719X211008263). Acesso em: 15/11/2023.
SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos avançados, 1988. Disponível em: (https://www.scielo.br/j/ea/a/YgSSRgJjZgtbpBLWxr6xPHr/). Acesso em: 01/12/2023.
SANTOS, M. O trabalho do geógrafo no terceiro mundo. 1996.
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. Edusp, 2022.
SIEGENFELD, A. F.; BAR-YAM, Y. A Formal Definition of Scale-dependent Complexity and the Multi-scale Law of Requisite Variety. 2022. Disponível em: (https://arxiv.org/abs/2206.04896). Acesso em: 10/11/2023.
SIEGENFELD, A. F.; BAR-YAM, Y. An introduction to complex systems science and its applications. Complexity, 2020. Disponível em: (https://www.hindawi.com/journals/complexity/2020/6105872/). Acesso em: 10/11/2023.
SILVA, B. C. O; NÓBREGA, R. S. Geografia quantitativa, por quê não?. 2018. Disponível em: (http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2018/10/Bruno01081.pdf). Acesso em: 20/10/2023.
SILVEIRA, M. L. Escala geográfica: da ação ao império? Revista Terra Livre, Goiânia. 2004. Disponível em: (https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/195). Acesso em: 06/10/2023.
SOJA, E. Geografias pós-modernas: a reafirmação do espaço na teoria social crítica. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 1993.
SPOSITO, E. S. A propósito dos paradigmas de orientações teórico-metodológicas na Geografia contemporânea. Terra Livre, 2001. Disponível em: (https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/351). Acesso em: 02/10/2023.
TAYLOR, C. Interpretation and the sciences of man. WINCH, P. The Philosophy of Society. Routledge, 2023.
TRICART, J. A terra planeta vivo. Lisboa: Presença, 1978.
TURNER, J. R.; BAKER, R. M. Complexity theory: An overview with potential applications for the social sciences. Systems, 2019.
VAN ASSCHE, K, et al. The social, the ecological, and the adaptive. Von Bertalanffy's general systems theory and the adaptive governance of social‐ecological systems. Systems Research and Behavioral Science, 2019.
VESENTINI, J. W. Geografia, natureza e sociedade. 2020.
VON BERTALANFFY, L. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1975.
WALDROP, M. M. Complexity: The emerging science at the edge of order and chaos. Simon and Schuster, 1993.
WINCH, P. The idea of a social science and its relation to philosophy. Routledge, 2015.
WOEHLE, R. Complexity theory, nonlinear dynamics, and change: augmenting systems theory. Advances in Social Work, 2007. Disponível em: (https://journals.iupui.edu/index.php/advancesinsocialwork/article/view/137). Acesso em: 11/11/2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 REVISTA GEOGRÁFICA ACADÊMICA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A RGA é detentora dos direitos autorais publicados, não sendo permitido que o mesmo conteúdo seja publicado em demais periódicos.