Diretrizes para o uso de entrevistas semiestruturadas em investigações científicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2675-3294repi.v2i0.7131

Palavras-chave:

técnica de coleta de dados, entrevista semiestruturada, transcrição, produção científica

Resumo

Objetivo. Sistematizar diretrizes a respeito da utilização da técnica de entrevista semiestruturada em estudos científicos.
Desenvolvimento. A técnica de entrevista foi dividida em seis etapas (elaboração e testagem do roteiro de entrevista; contato inicial com os participantes; realização das entrevistas; transcrição das entrevistas; análise dos dados e relato metodológico) e foram apresentadas recomendações em relação a cada uma delas. Demos especial destaque para as etapas de transcrição e de relato metodológico das entrevistas, visto que, em geral, são etapas negligenciadas tanto em estudos que empregam essa técnica quanto em trabalhos que especificam diretrizes para a sua utilização.
Implicações. As diretrizes arroladas podem ser especialmente úteis para alunos de pós-graduação e para investigadores que não têm familiaridade com a técnica de entrevista semiestruturada. Nossas recomendações, no entanto, não contemplam particularidades de entrevistas de outras naturezas.

Palavras-chave. Técnica de coleta de dados; Entrevista semiestruturada; Transcrição; Produção científica.

Guidelines for the use of semistructured interviews in research

Abstract

Objective. Systematize guidelines regarding the use of the semistructured interview technique in scientific studies.
Development. The interview technique was divided into six stages (preparation and testing of the interview guide; initial contact with the participants; conducting the interviews; transcription of the interviews; data analysis and methodological reporting) and recommendations were presented in relation to each one of them. The steps of transcription and methodological reporting of the interviews were highlighted, because, in general, they are neglected steps both in studies that use this technique and in works that specify guidelines for its use.
Implications. The guidelines listed can be especially useful for graduate students and researchers who are unfamiliar with the semistructured interview technique. Our recommendations, however, do not contemplate particularities of other types of interviews.

Keywords. data collection technique; semistructured interviews; transcription; scientific production.


Biografia do Autor

Taísa Scarpin Guazi, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Mestra e doutoranda em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da Universidade Estadual Paulista, Bauru (São Paulo – Brasil).

Referências

AZEVEDO, V. et al. Transcrever entrevistas: questões conceptuais, orientações práticas e desafios. Revista de Enfermagem Referência, n. 14, p. 159-168, 2017. DOI: https://doi.org/10.12707/RIV17018

BAILEY, J. First steps in qualitative data analysis: transcribing. Family Practice, v. 25, p. 127-131, 2008. DOI: https://doi.org/10.1093/fampra/cmn003

BAKER, M. 1,500 scientists lift the lid on reproducibility. Nature, v. 533, p. 452-454, 2016. DOI: https://doi.org/10.1038/533452a

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BATISTA, E. C.; MATOS, L. A. L.; NASCIMENTO, A. B. A entrevista como técnica de investigação na pesquisa qualitativa. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 11, n. 3, p. 23-38, 2017.

BONI, V.; QUARESMA, S. J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Em Tese, v. 2, n. 1, p. 68-80, 2005.

BORLOTI, E. et al. Análise comportamental do discurso: fundamentos e método. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 1, p. 101-110, 2008.

CARRARA, K. Iniciação científica: um roteiro comentado para estudantes. São Paulo: Avercamp, 2014.

CHASE, P. N.; WYLIE, R. G. Doctoral training in behavior analysis: training generalized problem-solving skills. The Behavior Analyst, v. 8, n. 2, p. 159-176, 1985. DOI: https://doi.org/10.1007/BF03393148

DEJONCKHEERE, M.; VAUGHN, L. M. Semistructured interviewing in primary care research: a balance of relationship and rigour. Family Medicine and Community Health, v. 7, n. 2, p. 1-8, 2019.

DICICCO-BLOOM, B.; CRABTREE, B. F. The qualitative research interview. Medical Education, v. 40, n. 4, p. 314-321, 2006.

DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar em revista, n. 24, p. 213-225, 2004.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

GUAZI, T. S.; CARRARA, K.; LAURENTI, C. Diferenças no comportamento acadêmico de pesquisadores seniores e iniciantes: uma análise comportamentalista. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, e212682, p. 1-15, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703003212682

GUAZI, T. S.; LAURENTI, C. Algumas contingências da produção acadêmica universitária: um estudo preliminar. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, n. 1, p. 139-153, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703002262013

HEERMAN, W. J. et al. Recruitment methods for survey research: Findings from the Mid-South Clinical Data Research Network. Contemporary Clinical Trials, v. 62, p. 50-55, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cct.2017.08.006

MANZINI, E. J. Uso da entrevista em dissertações e teses produzidas em um Programa de Pós-graduação em Educação. Revista Percurso, v. 4, n. 2, p. 149-171, 2012.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.

MCGRATH, C.; PALMGREN, P. J.; LILJEDAHL, M. Twelve tips for conducting qualitative research interviews. Medical Teacher, v. 41, n. 9, p. 1002-1006, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/0142159X.2018.1497149

NASCIMENTO, L. S.; STEINBRUCH, F. K. “The interviews were transcribed”, but how? Reflections on management research. RAUSP Management Journal, v. 54, n. 4, p. 413-429, 2019. DOI: https://doi.org/10.1108/RAUSP-05-2019-0092

ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 11. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013.

PAIVA, V. L. M. O. Reflexões sobre ética e pesquisa. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 5, n. 1, p. 43-61, 2005.

SAGAN, C. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. Tradução: Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SANDELOWSKI, M. Focus on Qualitative Methods: Notes on Transcription. Research in Nursing & Health, v. 17, p. 311-314, 1994.

STUCKEY, H. L. The first step in Data Analysis: Transcribing and managing qualitative research data. Journal of Social Health and Diabetes, v. 2, n. 1, p. 6-8, 2014.

VAN DER ZEE, T.; REICH, J. Open Education Science. AERA Open, v. 4, n. 3, p. 1-15, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/2332858418787466

VOLPATO, G. Ciência além da visibilidade: ciência, formação de cientistas e boas práticas. Botucatu, São Paulo: Best Writing, 2017.

WACHELKE, J. et al. Caracterização e avaliação de um procedimento de coleta de dados online (CORP). Avaliação Psicológica, v. 13, n. 1, p. 143-146, 2014.

Downloads

Publicado

16/12/2021

Como Citar

GUAZI, T. S. Diretrizes para o uso de entrevistas semiestruturadas em investigações científicas. Revista Educação, Pesquisa e Inclusão, [S. l.], v. 2, 2021. DOI: 10.18227/2675-3294repi.v2i0.7131. Disponível em: http://revista.ufrr.br/repi/article/view/e202114. Acesso em: 13 maio. 2024.

Edição

Seção

Diretrizes para pesquisadores e educadores