Depressão pós-parto: um alerta para mulheres e o uso de antidepressivos

Autores

  • Camyla A. Silva Instituto de Ciências da Saúde, Faculdade de Farmácia, Universidade Paulista – UNIP, São José do Rio Pardo, Brasil.
  • Mateus A. Baldo Instituto de Ciências da Saúde, Faculdade de Farmácia, Universidade Paulista – UNIP, São José do Rio Pardo, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18227/hd.v1i1.7459

Palavras-chave:

Depressão pós-parto, tratamento, terapêutica, antidepressivoso

Resumo

Introdução: Atualmente, a depressão está entre as doenças mais graves que afligem a população mundial. Mulheres apresentam uma probabilidade maior em desenvolver a doença devido à sua fisiologia hormonal, a processos neurofarmacológicos e aspectos sociais. Acredita-se que a teoria mais provável é a relacionada à deficiência de aminas biogênicas. Objetivos: O presente estudo, através de uma revisão da literatura, objetivou aumentar o conhecimento sobre a depressão pós-parto e o uso de antidepressivos. Métodos: Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scielo, Google Scholar, Web of Science, Scopus e Wiley Online Library com literatura especializada, datadas de 1 de janeiro de 1999 até 31 de dezembro do ano de 2016. Desenvolvimento: A depressão pós-parto é uma doença que acomete por volta de 15% das mulheres. Seus primeiros sintomas se iniciam entre a 4ª e a 8ª semana após o parto, e incluem irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, entre outros. A doença, se não tratada, tem consequências impactantes na construção das primeiras relações mãe-bebê, sendo assim a grande importância do acompanhamento e do tratamento farmacológico. Conclusão: Entre os diversos antidepressivos, destacaram-se como mais seguros e eficazes, e menos presentes no leite materno, a Paroxetina e a Sertralina, da classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina. Os menos aceitos e que apresentaram concentrações séricas elevadas no sangue do lactente, foram a Fluoxetina e o Citalopran. Isso comprova a existência de antidepressivos seguros para tratar a mãe, causando impactos mínimos ao bebê, prevenindo desta maneira, suicídio, infanticídio e negligência, possíveis consequências da não-adesão ao tratamento da depressão pós-parto.

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Publicado

30/03/2017

Como Citar

A. Silva , C., & A. Baldo, M. . (2017). Depressão pós-parto: um alerta para mulheres e o uso de antidepressivos. Revista Saúde & Diversidade, 1(1), 44–49. https://doi.org/10.18227/hd.v1i1.7459

Edição

Seção

Artigos