ENCONTRO DAS ÁGUAS DOS RIOS NEGRO E SOLIMÕES COMO GEOPATRIMÔNIO E SEU POTENCIAL PARA O GEOTURISMO AMAZÔNICO
Palavras-chave:
Geoturismo, HidrologiaResumo
Este trabalho objetiva analisar o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões na perspectiva do geopatrimônio e seu potencial geoturístico na Amazônia.. A metodologia apoiou-se em levantamento bibliográfico, trabalhos de campo para identificação e caracterização da área a partir de preenchimento de ficha de inventário de locais de interesse hidrológico – hidrossítios, adaptada da proposta de Foleto e Costa (2021), e o potencial geoturístico do Encontro das Águas foi baseado em estudos desenvolvidos por Manosso (2012). A relevância da temática e a carência de estudos a cerda de geopatimônio hidrológico, em especial na Amazônia, local da maior bacia hidrográfica, do maior rio em comprimento e de vários hidrossítos como o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. A pesquisa demonstrou que apesar do referido ponto ter ampla visibilidade e ser conhecido, ainda que por nome, este não possui instrumentos legais que de fato o protegem e salvaguardam de ser impactado. Do ponto de vista do geopatrimônio, o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões tem de hidrossítio por apresentar valor de 76,45% pelo inventario de locais de interesse hidrológico. E sobre os fins geoturísticos, suas características podem ser bem aproveitadas para o ensino de geociências, uma vez que possibilita o ensino de fenômenos geológico-geomorfológicos, hidrológicos, das dinâmicas socioespaciais e Biodiversidade, para discentes (da educação básica e superior) e leigos, como os turistas. Logo, este artigo possui relevância, não só no avanço dos estudos relacionados à geodiversidade na Amazônia, mas também para a popularização do geoturismo neste contexto.
Referências
BENTO, L. C. M., BRITO, A. L., SEVERINO, E. A. S., JUNIOR, I. B. S., LISBOA, ANDRADE, R.; V.C. S. Metodologias de avaliação do patrimônio Geomorfológico com vistas ao seu aproveitamento Geoturístico – um estudo aplicado às quedas d’água do município de Indianópolis (Minas Gerais – Brasil). Revista Brasileira de Geomorfologia. São Paulo, v.18, n.3, (Jul-Set) p.657-670, 2017.
Disponível em: https://rbgeomorfologia.org.br/rbg/article/view/1176 Acesso em: 23/12/2022.
FILIZOLA, N.; GUYOT, J.L. Fluxo de sedimentos em suspensão nos rios da Amazônia. Revista Brasileira de Geociências. 41(4): 566-576, 2011.
Disponível em: https://ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/7853/7280
Acesso em: 21/12/2022
FOLETO, E. M.; COSTA, F. S. Metodologia para classificação de hidrossítios: rio Selho, no Concelho de Guimarães, distrito de Braga, Portugal. Geousp, v. 25, n. 1,
p. 1-24, e-172586, 2021. ISSN 2179-0892.
FRANZINELLI, H. Características morfológicas da confluência dos rios Negro e Solimões (Amazonas, Brasil). Revista Brasileira de Geociências. 41(4): 587-596. 2011.
Disponível em: https://ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/7855/7282
Acesso em: 21/12/2022
FRANZINELLI, Elena; IGREJA, Hailton. Ponta das Lajes e o Encontro das Águas, AM – A Formação Alter do Chão como moldura geológica do espetacular Encontro das Águas Manauara M. Winge, C. Schobbenhaus, C.R.G. Souza, A.C.S. Fernandes, M. Berbert-Born, W. Sallun filho, E.T. Queiroz (Eds.), Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil (2011)
(Disponivel em: http://sigep.cprm.gov.br/sitio054/sitio054.pdf)
FROTA FILHO, A. B.; PINTO, M. C. . Aspectos Hidromorfodinâmicos no limite entre a Costa do Rebojão e Costa da Terra Nova, Careiro da Varzéa - AM. In: XVI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 2015, Tesresina. Territórios Brasileiros: Dinâmicas, Potencialidades e Vulnerabilidades, 2015. p. 567-574.
FROTA FILHO, A. B.; PINTO, M. C. . Mensuração e espacialização da “perda” de sedimentos que ocorre na Costa do Arapapá e suas dinâmicas de construção e desconstrução dos espaços, Manacapuru - Amazonas - Brasil. In: XIV Colóquio Ibérico de Geografia. Anais [...]. 2014, Guimarães. “A JANGADA DE PEDRA” Geografias Ibero-Afro-Americanas, 2014. p. 2242-2247.
IANNIRUBERTO, M.; TREVETHAN, M.; PINHEIRO, A.; ANDRADE, J.F.; DANTAS, E.; FILIZOLA, N.; SANTOS, A.; GUALTIERI, C. A field study of the confluence between Negro and Solimões Rivers. Part 2: Bed morphology and stratigraphy. C. R. Geoscience. 350. 43-54, 2018.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1631071317301608
Acesso em: 20/12/2022
GUALTIERI, C.; FILIZOLA, N.; OLIVEIRA, M. SANTOS. A.M.; IANNIRUBERTO, M. A field study of the confluence between Negro and Solimões Rivers. Part 1: Hydrodynamics and sediment transport. C. R. Geoscience. 350. 31–42, 2018.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1631071317301220
Acesso em: 20/12/2022
GUIMARÃES, D.; LOPES, M.; PATRÍCIO, A.; VASCONCELOS, M. A Percepção ambiental dos agentes públicos e a funcionalidade da APA Encontro das Águas em Iranduba, Amazonas/The environmental perception of the public agents and the functionality of the APA Encontro das Águas in Iranduba, Amazonas. Revista Areté| Revista Amazônica de Ensino de Ciências, 10(21), 99-109, 2017.
GUINOISEAUA, D; BOUCHEZA, J; GÉLABERTA, A; LOUVATA, P; MOREIRA-TURCQ, P; FILIZOLAD, N; BENEDETTIA, M. Fate of particulate copper and zinc isotopes at the Solimões-Negro river confluence, Amazon Basin, Brazil. Chemical Geology. 489. 1-15. 2018.
IGREJA, H.L.S. A neotectônica e as mudanças hidrogeológicas do sistema fluvial Solimões-Amazonas: “encontro das águas de Manaus - EAM” – Amazonas, Brasil. Revista Geonorte, Edição Especial 1, v.3, n.5, p.20 – 33, 2012. Disponível em: https://www.periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/2055/1934 Acesso: 19/12/2022
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Estudo do INPE indica que o rio Amazonas é 140 km mais extenso do que o Nilo. São José dos Campos, 2011. Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1501 Acesso em: 21/12/2022
LOUREIRO, H.A.S.; GUERRA, A.J.T. Grandes Temas e Conceitos da Paisagem Geomorfológica à Luz do Século XXI. In: Guerra, A.J.T.; Loureiro, H.A.S. (Orgs.). Paisagens da Geomorfologia: Temas e Conceitos do Século XXI. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2022. p.11-51.
MANOSSO, F. C. Potencialidades da paisagem na região da serra do Cadeado-PR: abordagem metodológica das relações entre a estrutura geoecológica, a geodiversidade e o geoturismo. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual de Maringá, 2012. 183f.
OLIVEIRA, C.K.R. ; CASTRO, P.T.A. ; RUCHKYS, U.A. Avaliação Integrada de Sistemas Fluviais: Subsídio para identificação de valores patrimoniais. In: CARVALHO JÚNIOR, O.A.; GOMES, M.C.V.; GUIMARÃES, R.F.;
GOMES, R.A.T. (Org.). Revisões de Literatura da Geomorfologia Brasileira. v. 1, 2022. p. 530-563.
PEREIRA, D. C. Patrimônio natural: atualizando o debate sobre identificação e reconhecimento no âmbito do Iphan. Revista CPC, São Paulo, v. 13, n. 25, p. 34-59, 2018.
RODRIGUES, M.L. Importância do Património Hidrológico para o Geopatrimônio e o Geoturismo. In: RAMOS, A.P.; LEAL, M.; BERGONSE, R.; TRINDADE, J.; REIS, E. (Org.). Água e território: um tributo a Catarina Ramos. Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Lisboa, 2019.
SILVA, Alvatir Carolino da. Conflito e Patrimonialização: o processo de Tombamento do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões (Manaus-AM). (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Amazonas. 2018
SILVA, H. V. M., DE AQUINO, C. M. S., & DE AQUINO, R. P. Geoturismo como estratégia de geoconservação para a Cachoeira da Pedra Negra, Sigefredo Pacheco, Piauí, Brasil. Geografia Ensino & Pesquisa, 26, e10-e10. 2022
SIOLI, H. Amazônia – Fundamentos da Ecologia da maior região de florestas tropicais. Trad. de Johann Becker. Rio de Janeiro: Vozes, 1985. 73p.
SOARES, C.D.S., TEIXEIRA, W.G.; PINTO, W.H.A.; COSTA, L.A. Geotecnologia aplicada ao estudo da dinâmica do uso e cobertura da terra na Área de Proteção Ambiental (APA) Encontro das Águas - Iranduba (AM). In: XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Anais [...] Florianópolis, Brasil: INPE, 2007. p. 3163-3170.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Convenção para o patrimônio mundial, cultural e natural. Paris: Unesco, 1972.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 REVISTA GEOGRÁFICA ACADÊMICA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A RGA é detentora dos direitos autorais publicados, não sendo permitido que o mesmo conteúdo seja publicado em demais periódicos.