GEOTURISMO E ECOTURISMO: UMA COMPREENSÃO DOS SEGMENTOS TURÍSTICOS PARA MELHOR ELABORAR UM PRODUTO TURÍSTICO – CASO DO PARQUE ESTADUAL TERRA RONCA (GO)

Autores

  • Paulo Roberto Ferreira de Aguiar Junior Universidade Federal de Goiás - UFG
  • Juliana Ramalho Barros Universidade Federal de Goiás - Instituto de Estudos Socioambientais https://orcid.org/0000-0002-9264-2785

Palavras-chave:

Geoturismo, Ecoturismo, São Domingos (GO), Parque Estadual Terra Ronca (GO)

Resumo

A atividade turística, considerada um dos setores que mais geram receitas no mundo, como aponta Beni (2001), diz respeito a uma estratégia de geração de receitas que muitos gestores municipais e estaduais estão buscando desenvolver e aplicar em seu território. Esta, contudo, não é tarefa fácil, pois o Brasil tem seu desenvolvimento turístico baseado no segmento Sol e Praia, e somente a partir dos anos de 1990 outros segmentos começaram a despontar como alternativa para diversificar a atividade econômica. Esse período converge com o discurso ambiental, que se consolida como prioridade nessa mesma época. A partir de então, segmentos ligados à natureza aparecem como realidade para gerar renda e promover a conservação ambiental e cultural, entretanto, com a diversidade de segmentos turísticos, acaba-se por chamar todos os segmentos ligados à natureza de ecoturismo. É nesse sentido que este trabalho tem o objetivo de apresentar outro segmento de turismo ligado à natureza, como, por exemplo, o geoturismo, para, assim, saber ou compreender qual é o melhor produto a ser elaborado a partir dos atrativos que cada localidade possui. Para tal discussão, usou-se o município de São Domingos (GO) como exemplo, cujo principal atrativo é a Unidade de Conservação de Proteção Integral – Parque Estadual Terra Ronca, que possui o maior conjunto cavernícola da América do Sul.

Biografia do Autor

Paulo Roberto Ferreira de Aguiar Junior, Universidade Federal de Goiás - UFG

Possuo graduação em curso Superior de Tecnologia em Gestão Turística pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (2008). Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Goiás (2010). Graduado e em Geografia pela mesma Universidade em 2016. Foi bolsista PIBIC (2014) na área de epistemologia da Geografia. Atua, desde 2015, como voluntário no projeto Propostas Metodológicas para o Ensino de Clima no estado de Goiás, tendo participado do Lemann Creative Learning Institute, em Janeiro de 2016, no Massachusetts Institute of Technology. Atuei como professor substituto no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Anápolis de 2016 a 2018. Ministrei aulas nos cursos técnicos de Edificações, Química e Comércio Exterior. Atualmente (2019) atuo como professor na rede municipal de Goiânia. Também atuo junto ao Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável na execução do projeto Aula Digital no município de Goiânia.

Juliana Ramalho Barros, Universidade Federal de Goiás - Instituto de Estudos Socioambientais

Possui graduação em Geografia pela Universidade de Brasília, mestrado e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Rio Claro - SP. Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Goiás, onde fundou o Laboratório de Climatologia Geográfica do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais e já exerceu as funções de Coordenadora do curso de graduação em Geografia e Vice-Diretora do Instituto. Coordena o Laboratório de Geografia, Imaginário, Criatividade e Arte - LAGICRIARTE. Tem experiência em Climatologia Geográfica e Geografia da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos regionais, ensino de climatologia, saúde ambiental e aprendizagem criativa. É credenciada no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG - Goiânia, com orientações em nível de mestrado e doutorado. Realiza pesquisas sobre inovação no ensino de ciências; chefiou convênios entre a UFG, a California State University Northridge e a University of Massachussets - UMass Amresth; estabeleceu convênio de cooperação em pesquisa entre a UFG e a Universidade Nacional da República Tcheca; atualmente coordena projeto sobre práticas para o ensino de climatologia e seus conteúdos escolares, financiado pelo CNPq, em parceria com o Massachusetts Institute of Technology - MIT MediaLab.

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31-01-2023

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Artigos