Estudo epidemiológico acerca das infecções sexualmente transmissíveis na população venezuelana residente no município de Boa Vista, Roraima
DOI:
https://doi.org/10.18227/hd.v4i2.7543Palavras-chave:
Epidemiologia, migração humana, infecções sexualmente transmissíveis, HIV, AIDSResumo
Introdução: A atual migração venezuelana para o estado de Roraima tem sido alvo de intensas críticas midiáticas, por se acreditar que estes são responsáveis pelo incremento de doenças na população local. Objetivo: Desta forma, este estudo inqueriu descrever o perfil sociodemográfico e clínico de migrantes venezuelanos residentes no município de Boa Vista, Roraima com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Métodos: A pesquisa é de caráter quantitativo, transversal do tipo descritiva exploratória, que se deu a partir de dados secundários a qual foi possível pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). A amostra se refere a migrantes venezuelanos maiores de 18 anos atendidos na rede básica de saúde municipal, com dados coletados no período de janeiro a dezembro de 2018. Resultados: Foram registrados e analisados 416 casos de ISTs e HIV/AIDS em venezuelanos. A média de idade que foi de 32,9 anos com um desvio padrão de 11,9, além de a idade mínima ser 18,0 e a máxima de 87,0 anos. Quanto ao sexo, o predomínio de casos foi em homens que compreenderam a 54,8% e 45,2% para mulheres. A população gestante da pesquisa correspondeu a 10,3% dos casos (n=43), das quais 30,23% se encontravam no 2º trimestre gestacional. Quanto as enfermidades identificadas nas notificações, houve predomínio do HIV (39,7%), seguida da Sífilis (15,4%), hepatite viral não especificada (10,1%), sífilis complicando o parto e o puerpério (7,7%), AIDS (6,5%), entre outras. Os coeficientes de incidência de ISTs e HIV/AIDS foram de 68,92 e 59,07 respectivamente, para cada 10 mil venezuelanos. Conclusão: Observou-se o risco elevado dessa população desenvolver essas enfermidades. Com isso, pode-se perceber a necessidade de mais políticas públicas voltadas a população migrante.
Downloads
Referências
BARRETO, et. al. Vigilância epidemiológica e os processos migratórios: Observações do caso dos venezuelanos em Roraima. In BAENINGER, R.; JAROSHINSKI S. Migrações venezuelanas. Campinas/ SP. Editora Unicamp, 2018. P 369-273.
BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Brasília, 2015.
BRASIL. Aids.org. 2019. O que são IST. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist>. Acesso em: 20 de jan. de 2019a.
BRASIL. Aids.org. 2019. Sintomas das IST. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist/sintomas-das-ist.> Acesso em: 20 de jan. de 2019b.
BRASIL. Boletim Epidemiológico – Hepatites virais. Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde – Brasil, Volume 50 N° 17 - 2019
CODEPLAN/NEP. Perfil dos migrantes de data fixa no distrito federal: 1995-2000 e 2005-2010. Companhia de Planejamento do Distrito Federal. Brasília, 2014. COELHO, A.N.G.S. et al. Campanha para Prevenção do HIV/AIDS: relato de experiência. In: Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes – SEMPESq. Aracaju: 2018.
DIAS, S; GONÇALVES, A. Migração e Saúde. Revista Migrações - Número Temático Imigração e Saúde, n.º 1, Lisboa: ACIDI, pp. 15-26. Set. 2007.
FRANCEZ, Pablo Abdon da Costa et al. Haplotype diversity of 17 Y-str loci in an admixed population from the Brazilian Amazon. Genetics and Molecular Biology, [S.l], v. 35, n. 1, p. 45–52, 2012.
GIACOMINI, M. R; SOUZA. Transmissão vertical de infecções sexualmente transmissíveis: uma revisão narrativa1. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 18, n. 2, p. 409-417, 2017.
GRANADA, D. et al. Discutir saúde e imigração no contexto atual de intensa mobilidade humana. Rev. Interface, vol.21, no.61. Botucatu: 2017.
GRAVATA, A; CASTRO, R; BORGES-COSTA, J. Estudo dos Fatores Sociodemográficos Associados à Aquisição de Infeções Sexualmente Transmissíveis em Estudantes Estrangeiros em Intercâmbio Universitário em Portugal. Rev. Acta Med. Portugal: 2016.
LIMA, A. Migração e subjetividade: uma revisão de literatura sobre o processo migratório e suas implicações psicossociais. 2012.
LIMA, L.R.P. Diagnóstico, epidemiologia e caracterização molecular do Herpesvírus humano 2 (HHV-2) em mulheres profissionais do sexo e gestantes. 2017. 126 f. Tese (Doutorado em Medicina Tropical)- Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.
LOPES, L. Comportamentos contracetivos de mulheres imigrantes: conhecimentos, atitudes e práticas em contexto de diversidade cultural. Doutoramento em relações interculturais, Universidade aberta. 2018.
MAGNO, E.S; SARAIVA, M.G.G; MENEZES, C.H.A.B. Causas de óbito relacionadas ao HIV/Aids em Instituição de referência, Amazonas, 2016. Brazilian Journal of health Review. Vol., 2 No 2. Curitiba: 2019.
MOREIRA, L.R; DUMITH, D.C; PALUDO, S.S; Uso de preservativos na última relação sexual entre universitários: quantos usam e quem são?. Rev. saúde coletiva, vol 23. Rio de Janeiro: 2018.
NONATO, S. M.; MELO, A. P. S.; GUIMARÃES, M. D. C. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF, v. 24, n. 4, p. 681-694, 2015.
OLIVEIRA, A. O perfil geral dos imigrantes no Brasil a partir dos censos demográficos 2000 e 2010. Cadernos Obmigra–Revista Migrações Internacionais, 2015.
OLIVEIRA, A.T.R; Nova lei brasileira de migração: avanços, desafios e ameaças. Rev. brasileira de estudos populacionais, vol.34, no.1. São Paulo: 2017.
OPAS. A cada dia, há 1 milhão de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis curáveis. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index. php?option=com_content&view=article&id=5958:a-cada-dia-ha-1-milhao-de-novos-casos-de-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-curaveis&Itemid=812>. Acesso em: 1 ago. 2019.
PIMENTA, M. C. et al. HIV/aids, hepatites virais e outras IST no Brasil: tendências epidemiológicas. Rev. brasileira de epidemiologia. Vol. 22. São Paulo, 2019.
POLÍCIA FEDERAL. Migração venezuelana em Roraima. Relatório. Brasília, 2018a. Disponível em: < http://www.casacivil.gov.br/operacao-acolhida/documentos/dados-policia-federal-fluxo-migratorio-4-12-2018/view>. Acesso em: 26 jun. 2019 .
POLÍCIA FEDERAL. Migração venezuelana em Roraima. Relatório. Brasília, 2018b. Disponível em: <http://www.casacivil.gov.br/operacao-acolhida/ documentos/dados-policia-federal-fluxo-migratorio-maio-2019/view>>. Acesso em: 26 jun. 2019.
RIBEIRO, C.R; GOMES, R; MOREIRA, C.N. Encontros e desencontros entre a saúde do homem, a promoção da paternidade participativa e a saúde sexual e reprodutiva na atenção básica. Rev. ciência e saúde coletiva. Rio de Janeiro: 2017.
SÁ, P; SILVA, F. Desafios à inclusão dos imigrantes haitianos na sociedade brasileira. In: seminário “Migrações Internacionais, Refúgio e Políticas”. Memorial da América Latina, São Paulo, 2016.
SABARENSE, S. Atendimento de estrangeiros no sus em cidades de fronteira: a necessidade de aprimorar o registro dessa demanda e de viabilizar novos recursos. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de ciências da saúde - núcleo de estudos em saúde coletiva. Curso de especialização sobre gestão das políticas de dst/aids, hepatitesvirais e tuberculose. NATAL, 2017.
SANTOS, C.M.A. et al. Conhecimentos, atitudes e prática de homens sobre infecções sexualmente transmissíveis. Rev. Cogitare Enfermagem. Lagarto: 2017.
SANTOS, M. et al. Perfil epidemiológico dos idosos com infecções sexualmente transmissíveis em uma cidade no sul de Minas Gerais. In: Congresso de iniciação cientifica FAPEMIG, VIII. 2018, Itajubá.
SILVA, C.M. et al. Panorama epidemiológico do HIV/ aids em gestantes de um estado do Nordeste brasileiro. Rev. Brasileira de Enfermagem. Brasilia: 2018.
SIMÕES, G; SILVA, L; OLIVEIRA, A. Perfil sociodemográfico e laboral dos venezuelanos em Boa Vista. Migrações Venezuelanas. NEPO/UNICAMP. 2018.
VALE, Ana Lia Farias. Características da Migração em Roraima. In: VALE, A.L.F.S.; AMORAS. H.E. (Org.). VIII Seminário Internacional de Economia Amazônica e Desenvolvimento Sustentável. Boa Vista: Editora da UFRR, 2015. P. 13 – 49.
VIVALDINI, S. et al. Análise exploratória espacial de casos de HBV no Brasil entre 2005 e 2017. Rev. brasileira de epidemiologia. Vol. 22. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
