Neste início de 2013, depois das últimas eleições presidenciais em 2010 na qual se sagrou vencedora a economista e ex-guerrilheira da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) Dilma Rousseff, o Brasil experimenta, quem sabe, pela primeira vez, uma condição de destaque no cenário mundial. Política e economicamente falando se pode dizer que se trata de um momento inédito, sobretudo, pelos avanços na política externa que conferem ao país status de potência emergente. Depois da abertura política implementada nos últimos vinte anos, e a despeito dos ajustes internos ainda necessários, é possível aceitar que o Brasil já não se encontra sob alerta junto à comunidade mundial. A chegada de uma mulher na presidência da República por si só, já significa uma ruptura com os moldes tradicionais de se fazer política. Porém nada disso teria relevância maior caso o histórico brasileiro não demonstrasse, pelo conservadorismo evidente das suas fases, uma verdadeira ruptura, ao menos de gênero, das suas bases ideológicas.