Judicialização e Políticas Públicas: O Impacto do fornecimento de Medicamentos por determinação judicial no orçamento da Política de Saúde do Estado de Alagoas (2010-2017)

Autores

  • Rogério Lira Silva Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • José Janaildo dos Santos Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Luciana Peixoto Santa Rita Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Ibsen Mateus Bittencourt Santana Pinto Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

DOI:

https://doi.org/10.18227/2237-8057rarr.v8i2.4978

Palavras-chave:

Judicialização, Políticas Públicas de Saúde

Resumo

Em Alagoas, o custo da judicialização da saúde atingiu R$ 106 milhões entre os anos de 2009 e 2014. Essa pesquisa tem por objetivo analisar o impacto no orçamento do Estado de Alagoas com as aquisições de medicamentos por força de ações judicializadas no período compreendido entre os anos de 2010 a 2017, apresentando uma análise exploratória de dados. Para tanto, serão analisados a evolução dos gastos na função saúde e nos subelementos de despesas relacionados aos gastos com medicamentos. Essa pesquisa se diferencia em relação a outras por apresentar uma abordagem quantitativa do impacto das aquisições de medicamentos, objeto de ações judiciais no Estado de Alagoas, entre os anos de 2010 a 2017, no orçamento estadual destinado à saúde. A pesquisa é do tipo exploratória quanto aos objetivos, estudo de caso quanto aos procedimentos e descritiva. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental com abordagem mista quali-quantitativa, conforme Creswell (2010), sustentada na teoria de Políticas Públicas Setoriais: saúde, com recorte na judicialização da saúde. Para a análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo e estatística descritiva. Nos resultados, constatou-se que, no período analisado (2010-2017), os gastos contabilizados na função saúde alcançaram R$ 7,69 bilhões, em valores nominais. Sendo que os gastos totais com medicamentos alcançaram R$ 426,9 milhões. Dessa maneira, verificou-se que, apesar da relativa estabilização do volume de gastos alocados para aquisição de medicamentos por imposição judicial em Alagoas, apenas quatro fármacos oncológicos foram responsáveis por 52% dos gastos.

Biografia do Autor

Rogério Lira Silva, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Mestrando em Administração Pública - PROFIAP/UFAL. Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Servidor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió – AL, Brasil.

José Janaildo dos Santos, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Mestrando em Administração Pública - PROFIAP/UFAL. Graduação em Administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União - TCU, Maceió – AL, Brasil.

Luciana Peixoto Santa Rita, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Doutora em Administração pela Universidade de São Paulo (USP). Professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEAC), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió – AL, Brasil.

Ibsen Mateus Bittencourt Santana Pinto, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Doutor em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – (Mackenzie-SP). Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEAC), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió – AL, Brasil.

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Publicado

28/12/2018

Edição

Seção

Administração Financeira (Financial Administration)