Morar e trabalhar na Região Metropolitana de Belo Horizonte

a relação entre migração e mobilidade pendular

Autores/as

  • Ralfo Matos Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFMG https://orcid.org/0000-0002-6088-5360
  • Rodrigo Nunes Ferreira Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de Belo Horizonte

DOI:

https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v19i52.5561

Palabras clave:

migração, mobilidade pendular, espaço urbano

Resumen

O artigo analisa a evolução na última década da relação entre os fluxos migratórios e os fluxos pendulares motivados pelo trabalho no interior da RMBH. A análise dos fluxos de pendularidade na RMBH tem como pano de fundo a grande concentração das atividades geradoras de emprego na capital, que traduz uma estrutura espacial fortemente polarizada pelo núcleo central, inibidora do surgimento de centralidades intermediárias no espaço metropolitano. Dados apresentados mostram que, embora o volume dos fluxos migratórios intrametropolitanos, acompanhando tendências nacional, tenha reduzido na década 2000-2010 em 18,3%, os movimentos pendulares ampliaram em 54,5%. O artigo analisa a dinâmica espacial desses dois fluxos, e destaca a alta correlação estatística existente entre a migração e o contra-fluxo da pendularidade, correspondência que se manteve praticamente inalterada na última década. Se nas últimas décadas milhares de pessoas foram compelidas a sair de Belo Horizonte, por força dos mecanismos de expulsão do mercado imobiliário, e a contrapartida de terrenos baratos em municípios periféricos, os resultados apresentados mostram que seus vínculos com o core mantiveram-se fortes, o que as obrigam a percorrer diariamente dezenas de quilômetros para chegar ao trabalho. O direito à mobilidade parece estar posto em xeque, e a extensão das infraestruturas associadas ao transporte de massa, além de onerosa, parece não resolver, no médio prazo, problemas cuja gênese vem de muitas décadas atrás.

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Biografía del autor/a

Ralfo Matos, Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFMG

Professor Titular aposentado do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da UFMG. Doutor em demografia e mestre em economia urbana e regional (Cedeplar/UFMG). Possui experiência em áreas da geografia humana, demografia e estudos urbanos e regionais, especialmente nas temáticas relacionadas à migração interna e internacional, distribuição e redistribuição da população no Brasil e no Mundo, produção e análise de indicadores de pobreza e de desigualdade socioespacial, interpretações geográficas e econômicas sobre desenvolvimento territorial, planejamento urbano e regional, geografia histórica, cultural e política. 

Rodrigo Nunes Ferreira, Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de Belo Horizonte

Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Desenvolve e participa de pesquisas na área de Geografia, com ênfase em Organização e Produção do Espaço, atuando principalmente nos seguintes temas: migração, inserção ocupacional, indicadores sociais e desigualdades intraurbanas. Atualmente coordena equipe técnica multidisciplinar da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte, em atividades de cálculo e acompanhamento de indicadores para monitoramento de políticas públicas municipais, em especial os indicadores de monitoramento local dos Marcos Globais de Desenvolvimento. Tendo coordenado as atividades de desenvolvimento e cálculo de diversos indicadores e índices para o município de Belo Horizonte, tais como o Índice de Qualidade de Vida Urbana de Belo Horizonte (IQVU-BH) e o Índice de Vulnerabilidade Juvenil de Belo Horzonte (IVJ-BH).

Publicado

01/12/2025