Este artigo é fruto de inúmeras reflexões e questionamentos acerca
de um local importante para a pesquisa na área indígena: o Arquivo
Indígena da Diocese de Roraima. Pensar as fontes e onde elas estão
guardadas é um grande desafio para qualquer pesquisador. Ao conhecermos
o Arquivo Indígena da Diocese de Roraima levantamos inúmeras
indagações sobre este lugar, mas nem todas foram respondidas. Este
trabalho visa fazer uma breve descrição do Arquivo Indígena da Diocese
de Roraima, das fontes disponibilizadas neste local e a partir daí problematizá-
lo. Historicamente, a necessidade da criação deste arquivo foi ao
encontro com o momento que o século XIX vinha passando, onde a Antropologia
acreditava que a cultura indígena era imutável e tinha que ser pura, e havendo o contato com não-índios ou ditos “brancos” a cultura se perderia e seria extinta havendo a aculturação e perda de identidade étnica. Nessa perspectiva, a Igreja Católica em Roraima fez a guarda de
todas as fontes que se referiam aos povos indígenas, pois se um dia essa cultura acabasse eles guardariam ao menos as fontes escritas. A partir dessa premissa é que nasce o Arquivo Indígena da Diocese de Roraima em 1907, funcionando até aos dias atuais na Prelazia e contando com uma grande massa documental composta por Atas, Relatórios de Assembléias, Cartas, Processos, Fotografias, Jornais, Relatos de índios, Boletins, Livros, Dicionários na língua materna, entre outros; fontes essas que merecem atenção dos pesquisadores uma vez que elas constituem parte da Historiografia de Roraima.