O presente trabalho trata sobre as relações sociais que se estabelecem entre o estrangeiro
(guianense negro) e o nacional (brasileiro), na faixa oficial de fronteira Brasil/República
Cooperativista da Guiana. Objetiva-se justificar a importância e a possibilidade de um
estudo que encare o racismo à brasileira a partir da ótica de um “outro” estigmatizado por
“nós”, bem como identificar quem são os guianenses estigmatizados de Boa Vista-RR. O
estudo se desenvolve por meio de análise das entrevistas realizadas no ano de 2006, com
migrantes guianenses negros em Boa Vista-RR, com base na reflexão de conceitos que
percorrem as trilhas do preconceito, da intolerância e da discriminação, à luz de Oliveira
(2006), Nogueira (1985), Goffman (1988), Hall (2005), Schwarcs (1993), Simmel (1983),
dentre outros.