MASCULINIDADES E EMPREENDEDORISMO: TENDÊNCIA OU MODA

Autores

  • CLÁUDIA Aparecida Avelar Ferreira Doutoranda em administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS). http://orcid.org/0000-0002-8802-1716
  • FABIANA de Fátima Matos QUEIROZ- RIBEIRO Programa de Pós-Graduação em Administração / Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. http://orcid.org/0000-0003-2251-0207

DOI:

https://doi.org/10.18227/2237-8057rarr.v10i0.6037

Palavras-chave:

Empreendedorismo. Gênero. Masculinidades. Empreendedor. Educação.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o que leva um sujeito ser um empreendedor apoiando no interdiscurso do gênero charge para desenvolver o corpus masculinidade e empreendedorismo, na construção de sentidos pelos leitores. A abordagem teórica perpassou sobre a visão do empreendedorismo construtivista e sobre a masculinidade como construção social. O estudo tem caráter qualitativo, é de natureza descritiva e traz a questão da masculinidade, que é pouco explorada nas pesquisas sobre empreendedorismo, uma vez que falar de gênero não significa se referir somente ao homem ou à mulher, mas também a todos tipos de gênero. Portanto, essa é uma das contribuições desse estudo, que aponta a trama complexa da utilização da referenciação, devido aos processos dependerem da ativação de ações ligadas à construção contextual, baseadas nas formas de representação dos sujeitos interlocutores e seus meios de linguagem. A pesquisa mostra que a moda pode impulsionar o empreendedorismo, o qual também pode ser uma tendência devido às crises econômicas mundiais sazonais, de curta ou longa duração e influenciadas por fatores internos e externos.

Biografia do Autor

CLÁUDIA Aparecida Avelar Ferreira, Doutoranda em administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS).

Doutoranda em administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS). Linha de pesquisa: Pessoas, Trabalho e Sociedade: Diversidade nas organizações. Grupo de Pesquisa GEDI- Grupo de Estudos de Gestão, Diversidade e Inclusão, Pesquisadora da PUC MINAS.Possui graduação em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989) no curso de farmácia e bioquímica. Tem especialização em administração de serviços de saúde e saúde pública (UNAERP), MBA em Gestão de Organizações Hospitalares e Serviços de saúde (FGV) e Assistência Farmacêutica no SUS(UFSC). Foi analista de gestão e farmacêutica da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.Mestre em Administração pelo Centro Universitário UNA .Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em administração ,interação medicamentosa e pesquisa.Supervisora de estágio curricular e não curricular.Pesquisadora da FUMEC (parceria). Cursou disciplinas isoladas do doutorado na FUMEC e internacionalização de 32 hs na UADE Business Scholl - Buenos Aires/Argentina e 40 horas no ISEG - Lisbon School of Economics and Management - Portugal.Pesquisadora na área de estudos organizacionais, administração e na área da saúde.

FABIANA de Fátima Matos QUEIROZ- RIBEIRO, Programa de Pós-Graduação em Administração / Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Mestre em Administração (2019) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Itabirito (2006). Foi bolsista FAPEMIG pelo NERHURT (Núcleo de Estudos em Recursos Humanos e Relações de Trabalho ? PUC Minas). Pós-graduada em Gestão de Negócios (2009) e Gestão de Pessoas (2012) pela Fundação Dom Cabral. Atuou ainda, na Vale em diversas áreas durante 11 anos, como qualidade total, atendimento direto a executivos, se consolidando como analista pleno na área de projetos de mineração. Pesquisadora, atualmente atua com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Referências

Bakhtin, M. (2000). Os Gêneros do Discurso In. Estética da Criação Verbal. 2ª. Ed. São Paulo, Martins Fontes, 279-336.

Baldissera, R. (2009). Comunicação organizacional na perspectiva da complexidade. Organicom, 6 (10 /11), 115-120.

Benveniste, É. (1991). Vista d’olhos sobre o desenvolvimento da linguistica. In. Problemas de Linguística Geral I. (Tradução Maria Glória Novak e Maria Luiza Neri) Campinas, S.P., Pontes, 19-33.

Brasil (2019). Medida provisória nº 881 de 2019. Institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelece garantias de livre mercado, análise de impacto regulatório, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 30 de abril de 2019.

Batnitzky, McDowell, & Dyer. (2009). Flexible and strategic masculinities: The working lives and gendered identities of male migrants in London. Journal of Ethnic and Migration Studies, 35 (8), 1275-1293

Bronckart, J.P. (1999). Atividade de linguagem, textos e discursos – por um interacionismo sócio-discursivo, (Tradução Anna Rachel Machado, Péricles Cunha), São Paulo, EDUC.

Bronoski, M. (2007). O empreendedorismo no Brasil: um ensaio para o seu desenvolvimento. Revista Capital Científico - Eletrônica, 5 (1), 75-86.

Bull, I., & Willard, G. E. (1993). Towards a theory of entrepreneurship. Journal of Business Venturing, New York: Elsevier, 8 (3), 183-195.

Cantillon, R. (1755). Essai sur la nature du commerce en général. Londres: Chez Fletcher Gylesdans Holborn.

Carmona, V., Martens, C., & Freitas, H. (2018). A Conceptual Model for the Characterization of Entrepreneurial Orientation in Social Context. Iberoamerican Journal Of Strategic Management (IJSM), 17 (4), 55-70.

Carmo, O. A. (2010). Os Homens e a Construção e Reconstrução da Identidade de Gênero In: Seminário de Saúde do Trabalhador e V Seminário O Trabalho em Debate "Saúde Mental Relacionada ao Trabalho, 1-14, SP: Franca.

Carrigan, T., Connell, B., & Lee, J. (1987). Toward a new sociology of masculinity. Theory and Society, 22, 597-623.

Charolles, M. (1978). Introduction aux problèmes de la cohérence des textes. Langue Française 38, Paris, Larousse, 7-41.

Charolles, M. (2002). Introduction aux problèmes de la cohérence des textes. In. Coste, D. et al. (Org.). O texto: leitura e escrita (pp.39-90). Campinas, SP: Pontes.

Connel, R. W. (2003). Masculinities change and conflict in global society: thinking about the future of men's studies. Journal of Men's Studies, 11 (3), 249-266.

ConnelL, R. W. (2005). Masculinities (2a ed.) University of California Press, 324.

Connell, R.W., & Messerschmidt, J.W. (2013). Masculinidades hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, 21 (1), 241-282.

Connell, W. R., & Messerschimidt, J. W. (2005, dezembro). Hegemonic masculinity rethinking the concept. Gender & Society, 19 (6), 829-859

Ducrot, O. (1984). Referente. In. Enciclopédia Einaudi: linguagem e enunciação. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2, 418-438.

Eccel, C.S., & Grisci, C.L.I. (2011). Trabalho e gênero: a produção de masculinidades na perspectiva de homens e mulheres. Cadernos EBAPE.BR, 9 (1), 57-78.

Evans, A., & Riley, S. (2018) “He’s a total TubeCrush”: postfeminist sensibility as intimate publics, Feminist Media Studies, 18:6, 996-1011.

Ferreira, D.A., & Oliveira, I.L. (2017). Entrelaçando os conceitos de dimensões das organizações e estruturas de participação de Goffman. Organicom, 14 (26), 324-333.

Fialho, F.M. (2006). Uma crítica ao conceito de masculinidade hegemônica. Lisboa, Portugal: Instituto de Ciências Sociais - Universidade de Lisboa.

Filion, L.J. (2000). Empreendedorismo e gerenciamento: processos distintos, porém complementares. RAE Light, 7 (3), 2-7.

Frade, I.C.A.S., Costa Val, M. G., & Bregunci, M.G.C. (2014). Glossário Ceale: Termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: FaE.

Quayle, M., Lindegger, G., Brittain, K.; Nabee, N., & Cole, C. (2018). Women’s ideals for masculinity across social contexts: patriarchal agentic masculinity is valued in work, family, and romance but communal masculinity in friendship. Sex Roles: A Journal of Research, 78 (1-2), 52-66.

Gimenez, F.A.P (2016). Empreendedorismo Cultural. Revista de Empreendedorismo e Inovação Sustentáveis, 1 (1), 87-101.

Global Entrepreneuship Monitor (2017). GEM. Empreendedorismo no Brasil. Relatório executivo de 2017. Disponível a partir de: https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20BRASIL_web.pdf. Acesso 23 set 2019.

Gómez-Araujo, E., & Bayon, M.C. (2017). Fatores socioculturais e o empreendedorismo dos jovens nas regiões rurais. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 19 (64), 200-218.

Gonçalves, C.A., & Meirelles, A.M. (2004). Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Editora Atlas.

Hisrich, R.D., & Peters, M.P. (2004). Empreendedorismo. 5 ed. Porto Alegre: Bookman.

Infante, U. (1998). Do texto ao texto. São Paulo: Scipione.

Koch, I. G. V., & Travaglia, L.C. (1990). A coerência textual. São Paulo: Contexto.

Laukkanen, M. (2000). Explorando abordagens alternativas na educação para o empreendedorismo de alto nível: criando micromecanismos para o crescimento regional endógeno. Empreendedorismo e Desenvolvimento Regional, 12 (1), 25-47.

Lima, E. O., Nelson, R., & Nassif, V. M. J. (2016). Gênero, classe social e empreendedorismo: foco nas estudantes universitárias de um país emergente. Revista de Administração da UFSM, 9 (4), 579-605.

Lopes, M. Â. P. T. (2004). Referenciação e gênero textual – atividades sócio-discursivas em interação. In. Machado, I.L., & Mello, R. (Org.). Gêneros: reflexão em análise do discurso. Belo Horizonte: NAD/POSL in. FALE/UFMG, 205-219.

Lopes, M.Â. P. T. (2017). Eventos de leitura no espaço acadêmico – representações sociais no processo de referenciação do gênero charge. In. Barros, E. M. D., & Storto, L. J. (Org.), Gêneros do jornal e ensino: práticas de letramentos na contemporaneidade, São Paulo, Pontes.

Machado, V. (2005). As várias dimensões do sexo masculino: traçados possíveis. Revista Estudos Feministas, 13 (1), 196-199.

Mamede, M. I.B. & Moreira, M. Z. (2005). Perfil de competências empreendedoras dos investidores Portugueses e Brasileiros: Um estudo comparativo na rede hoteleira do Ceará. In ENANPAD: 2005. Anais... Brasília/DF.

Man, T.W.Y. & Lau, T. (2000). Entrepreneurial competencies of SME owner/managers in the Hong Kong services sector: a qualitative analysis. Journal of Enterprising Culture, 8 (3), 235-254.

Martínez, C., & Paterna-Bleda, C. (2013). Masculinity ideology and gender equality: considering neosexism. Annals of Psychology, 29 (2), 558-564.

McClelland, D. C. (1961). The achieving society. Princeton: D. Van Nostrand

Pardini, D.J., Brandão, M.N., & Souki, G.Q, (2008). Competências empreendedoras e sistema de relações sociais: a dinâmica dos construtos na decisão de empreender nos serviços de fisioterapia. Revista de Negócios, 13 (1), 28 – 44.

Melo, F. L.N. B., Silva, R.R. & Almeida, T.N.V. (2019). Gênero e empreendedorismo: um estudo comparativo entre as abordagens causation e effectuation. Brazilian Business Review, 16 (3), 273-296.

Mondada, L., & Dubois, D. (2003). Construção dos objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In. Cavalcante, M. M., Rodrigues, B.B., & Ciulla, A. (Orgs.) Referenciação, SP, Contexto, 17-52.

Nascimento, M., Segundo, M., & Barker, G. (2009). Homens, Masculinidades e Políticas

Públicas: aportes para equidade de gênero. PROMUNDO, 1-32.

Nance, D.C., May, M.I.R., Padilla, L.F., Nava, M.M.N., & Pantoja, A.L.D. (2018). Faith, work, and reciprocity: listening to mexican men caregivers of elderly family members. American Journal of Men’s Health, 12 (6), 1985– 1993.

Novaes, J. V. (2013). “Aqui tem homem de verdade”. Violência, força e virilidade nas arenas de MMA. In. Priore, M., & Amantino, M.(orgs). História dos Homens no Brasil (pp. 359 -386). São Paulo: Editora Unesp.

Paiva Júnior, F. G., Guerra, J. R. F., & Oliveira, M. A. F. et al. (2006). A contribuição das competências empreendedoras para a formação de dirigentes em sistemas de incubação. In. Encontro Nacional de Estudos da Engenharia de Produção, 26. Fortaleza. Anais... Fortaleza/CE: ENEGEPE.

Santos, N.C., Pereira, S.J.N., & Pessoa, L.A.G.P. (2019). ‘Lugar de Homem’: Materialidade e Masculinidades em Espaços de Barbearias. Revista ADM.MADE, 23 (2), 21- 38.

Oselin, S. (2016). You Catch More Flies With Honey: Sex Work, Violence, and Masculinity on the Streets. Sociological Forum, 31(1).

Roberts, S. (2012). Boys Will Be Boys … Won’t They? Change and Continuities in Contemporary Young Working-class Masculinities. Sociology, 47 (4), 671-686

Roberts, S. (2017). Domestic labour, masculinity and social change: insights from working-class young men’s transitions to adulthood, Journal of Gender Studies, 27 (3), 274-287.

Say, J. B. (2003). Traité d’économie politique. Montreal: Éditions Weltanschauung.

Snell, R. & Lau, A. (1994). Exploring local competences salient for expanding small business. Journal of Management Development, 13 (4), 4-15.

Souza, G. H. S., Santos, P.C.F., Lima, N.C., Cruz, N.J.T. & Lezana, A.G.R. (2016). Entrepreneurial potential and success in business: a study on elements of convergence and explanation. Revista Adminstração Mackenzie, 17 (5), 188-215.

Vale, G. M. V., Corrêa, V. S. & Reis, R. F. dos. (2014). Motivações para o Empreendedorismo: Necessidade Versus Oportunidade? Revista de Administração Contemporânea, 18 (3), 311-327.

Volóchinov, V. (2017). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais dos métodos sociológicos na ciência da linguagem. Tradução, notas e glossário de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo, São Paulo,Editora 34.

Yin, R.K. (1981). The Case Study Crisis: some answers. Administrative Science Quartely. Cornell University, 26.

Zampier, M.A., & Takahashi, A.R.W. (2011). Competências empreendedoras e processos de aprendizagem empreendedora: modelo conceitual de pesquisa. Cadernos EBAPE. BR, 9 (spe1), 564-585.

Zarifian, P. (2001). Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas.

Warren, A. (2016). Crafting masculinities: gender, culture and emotion at work in the surfboard industry. Gender, Place and Culture: a journal of feminist geography, 23 (1), 36-54.

Welzer-Lang, D. (2001). A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, 9 (2), 460-482.

Downloads

Publicado

12/05/2021

Edição

Seção

Administração de Empresas (Business Administration)