As variáveis geomorfométricas e a vulnerabilidade das paisagens na bacia do Educandos (Manaus-AM)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v19i53.8639

Palavras-chave:

morfometria, geomorfologia, SIG, bacia urbana, ordenamento territorial

Resumo

O presente estudo tem por objetivo analisar a bacia hidrográfica do Educandos, situada na Zona Sul de Manaus (AM), com base em parâmetros morfométricos e geomorfológicos. A metodologia incluiu a delimitação da bacia em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG), a geração de Modelo Digital de Elevação (MDE), a elaboração de mapas temáticos e o cálculo de índices consagrados na literatura. A bacia, classificada como de 3ª ordem, possui uma área de 45,120 km² e perímetro de 36,800 km. A rede hidrográfica é composta por 86 canais, sendo o principal com 12,600 km de extensão, orientado no sentido noroeste-sudeste. O índice de sinuosidade (1,050) indica um curso d’água relativamente retilíneo, influenciado de estruturas geológicas regionais. A densidade de drenagem (1,613 km/km²) e a densidade hidrográfica (1,901 km/km²) revelam rede bem estruturada e escoamento significativo. A amplitude altimétrica é de 70 metros, com predominância de declividades entre 8% a 20% (39,67% da área) e entre 20% a 45% (35,22% da área), caracterizando relevo moderadamente dissecado. Os valores da relação de relevo (0,671), do índice de rugosidade (60,189 m), do coeficiente orográfico (62,609 m) e do coeficiente de massividade (1,177) apontam para superfície irregular. A forma alongada da bacia é evidenciada pelos índices de circularidade (0,419) e compacidade (1,545), que influenciam no tempo de concentração do escoamento. Os valores do comprimento de Hack (14,747 km) e do coeficiente de manutenção (620,347 m/km²) indicam uma rede de drenagem eficiente. Esses resultados oferecem subsídios valiosos para o planejamento territorial e a gestão dos recursos hídricos.

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Biografia do Autor

Armando Brito da Frota Filho, Secretaria Municipal de Educação/Professor

Graduado em Geografia (Licenciatura 2009-2013 e Bacharelado 2014-2020) pela UFAM, Mestre em Geografia (2014-2016) pela mesma instituição e Doutor em Geografia (2017-2021) pela UFRJ. Especializado em Geomorfologia e Pedologia, atua em temas como bacias hidrográficas, processos erosivos, vulnerabilidade erosiva, impactos ambientais, geodiversidade, geoconservação, mudanças da paisagem e Geografia Física e Ensino. Na área da Educação, foca em formação de professores, educação do/no campo, sociologia política da educação e política educacional. Atualmente, é professor formador na Rede Colaborativa de Formação Continuada da SEMED-Manaus, lecionando Geografia para os Anos Finais e Educação do Campo.

Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira, Universidade Federal do Amazonas/Professor

Graduado em Geografia (Licenciatura e Bacharelado, 1995) pela UFAM, com Mestrado (1998) e Doutorado (2008) em Geografia pela UFSC, e Pós-doutorado (2023) pela UNIOESTE. É Professor Associado 4 na UFAM, onde coordena o Programa de Pós-graduação em Geografia, o Laboratório de Análise e Tratamento de Sedimentos e Solos (LATOSSOLO) e o Laboratório de Geodinâmica Superficial (LAGES), além de ser vice-coordenador do Laboratório de Geografia Física e líder do Grupo de Pesquisa Geografia Física da Amazônia. Foi Chefe do Departamento de Geografia, Coordenador do Bacharelado em Geografia e editor da Revista GEONORTE. Atua em Geociências, com foco em Geografia Física, especialmente Geomorfologia, Geomorfologia Fluvial, Pedologia e Clima Urbano, abordando temas como voçorocas, impactos ambientais, movimentos de massa e descrição morfológica de solos.

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Publicado

01/12/2025