Resistência(as) contra a Mineração no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro na Zona da Mata de Minas Gerais (2000-2018)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v17i46.5145

Palavras-chave:

Conflitos Socioambientais, Justiça Ambiental, Movimentos Sociais

Resumo

Nas últimas décadas no Brasil ocorreram mudanças nas estratégias de desenvolvimento econômico identificadas por uma nova frente de investimentos em grandes projetos de infraestrutura, com foco na inserção internacional do mercado mundial. Isso só foi possível por meio de pacotes de investimentos entre grandes empresas internas e, principalmente, externas com o governo federal, contudo, tais projetos têm maximizado os conflitos ambientais resultantes dos grandes impactos ambientais e sociais desses empreendimentos. Embalados nessa perspectiva e acreditando na capacidade de, não desconsiderar a importância de tais projetos, este texto tem como objetivo apresentar os processos de resistência que permeiam o espaço geográfico do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Zona da Mata de Minas Gerais, e que culminaram na formação e constituição de frentes de enfrentamento contrárias a esses empreendimentos, que transformam os territórios sob a lógica do grande capital, e desconsideram os modelos tradicionais de desenvolvimento. Tais resistências serão reveladas a partir de suas perspectivas locais e, posteriormente, enquanto estratégia de resistência regional compondo assim o discurso nacional que unirá a constituição de um movimento mais amplo - Movimento pela Soberania Popular por Mineração – MAM. Para tanto foram utilizados como procedimentos metodológicos a pesquisa descritiva-bibliográfica que possibilitaram, como resultado, a construção espaço-temporal das ações que configuraram na formação nacional do movimento pela mineração na Zona da Mata de MG.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiane Aparecida Silva Bortone da Fonseca, Universidade Federal de Viçosa

Doutora (2024) e mestre(2008) em Economia Doméstica, na área de concentração em Política  Social e vinculado ao Departamento de Serviço Social (DSE) da Universidade Federal de Viçosa. Graduada em Economia Doméstica (2005) por essa mesma universidade. Membro do grupo de pesquisa GERAR no qual desenvolve pesquisas sobre o contexto rural-urbano. Experiência como profissional e pesquisadora em atividades relacionadas a Economia Solidária, Educação e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas:  Desenvolvimento Rural-Urbano, Comunidades Rurais, Conflitos socioambientais,  desenvolvimento de comunidades, movimentos sociais no campo e extensão rural. 

Marcelo Leles Romarco de Oliveira, Universidade Federal de Viçosa

Dr. em Ciências Sociais, professor do departamento da Economia Rural e do programa de pós graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa e coordenador do  Coordenador do grupo de pesquisa PACAB (Grupo de Pesquisa em Conflitos Ambientais, Agricultura e Sociedade).

Referências

ACSELRAD, H. As Práticas Espaciais e o Campo dos Conflitos Ambientais. In: ACSELRAD, H. Conflitos Ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004. p. 13-35.

ACSELRAD, H.; MELLO, Cecília Campello do A.; BEZERRA, Gustavo das N. O que é Justiça Ambiental? Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO. Nossa trajetória. 2016. Disponível em: http://60anoscba.com.br/. Acessado em 15 de setembro de 2017.

DIEGUES, Antonio Carlos Santana. O Mito da Natureza Intocada. São Paulo: Hucitec, 2001.

MAGNO, Lucas. Espacialidade e Identidade Política dos Atingidos por Mineração no Brasil: Teorias, escalas e estratégias. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2017. Tese (Doutorado em Geografia).

MARTINEZ Alier, J. O Ecologismo dos Pobres. São Paulo: Contexto, 2007.

Minas Gerais. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana. Relatório: avaliação dos efeitos e desdobramentos do rompimento da Barragem de Fundão em Mariana-MG. Belo Horizonte: Sedru; 2016. Disponível em: http://www.agenciaminas.mg.gov.br/ckeditor_assets/attachments/770/relatorio_final_ft_03_02_2016_15h5min.pdf. Acessado em 21 de abril de 2018.

PASSINI, Isabela Leão Ponce; OLIVEIRA, Marcelo Leles Romarco; FONSECA, Bruno Costa da. Mineroduto é Progresso? Conflito Socioambiental no município de Viçosa - MG. In: ACTA Geográfica. Boa Vista, v.7, n.15, mai./ago. de 2013. Disponível em: http://www.posextensaorural.ufv.br/wp-content/uploads/2018/02/mineroduto-%C3%A9-progresso.pdf. Acessado em 12 de abril de 2018.

SILVA, C. H. da. Conflitos ambientais no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB): agricultura familiar e mineração de bauxita. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2012. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural)

SILVA, T. C. da. Paisagem em conflito: um estudo de caso do processo de implantação do Parque Estadual da Serra do Brigadeiroe seu impacto junto aos agricultores locais. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2017. Dissertação (Mestrado em Patrimônio Cultural, Paisagens e Cidadania)

VIEGAS, Rodrigo N. Conflitos Ambientais e lutas materiais e simbólicas. In: Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 19, p. 145-157, 2009. Editora UFPR.

ZHOURI, A; LASCHEFSKI, K. Desenvolvimentos e conflitos ambientais: um novo campo de investigação. In: ZHOURI, A; LASCHEFSKI, K. (Orgs). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010. p. 11-33.

ZHOURI, A. et al . O desastre da Samarco e a política das afetações: classificações e ações que produzem o sofrimento social. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 68, n. 3. 2016. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252016000300012&script=sci_arttext. Acessado em 12 de novembro de 2017.

ZHOURI, et al. Uma sociologia do licenciamento ambiental: o caso das hidrelétricas em Minas Gerais. In: ZHOURI, A.; LASCHEFSKI, K.; PEREIRA, D. B. (Orgs.) A insustentável leveza da política ambiental: desenvolvimento e conflitos socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.p. 89-117.

Downloads

Publicado

31/12/2024

Edição

v. 17 n. 46 (2023): Set./Dez. (2023)

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2023 ACTA GEOGRÁFICA

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

PORTUGUÊS A Revista ACTA Geográfica deterá os direitos autorais dos trabalhos publicados. Os direitos referem-se a publicação do trabalho em qualquer parte do mundo, incluindo os direitos às renovações, expansões e disseminações da contribuição, bem como outros direitos subsidiários. Os(as) autores(as) têm permissão para a publicação da contribuição em outro meio, impresso ou digital, em português ou em tradução, desde que os devidos créditos sejam dados à Revista ACTA Geográfica.

ENGLISH ACTA Geográfica Journal will obtain the auctorial rights for all published texts. This also implies that the text can be published anywhere in the world, including all rights on renewal, expansion and dissemination of the contribution, as well as other subsidiary rights. The author’s get permission to publish the contribution in other medias, printed or digital, itmay be in Portuguese or translation, since the publication is credited to ACTA Geográfica Journal.

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.