Variação espaço-temporal da superfície de água rio Uatumã e reservatório de Balbina (Amazonas)
DOI:
https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v19i53.8704Palabras clave:
Sensoriamento Remoto, Rio Uatumã, Amazônia, Usina HidrelétricaResumen
Este estudo analisou a variabilidade espaço-temporal da superfície de água no médio e alto curso do rio Uatumã, destacando os impactos da formação do reservatório de Balbina na paisagem hidrológica e ecológica regional. Foram integrados dados de sensoriamento remoto, séries de dados de altimetria radar e análise de imagens Landsat, utilizando métricas do projeto Global Surface Water para mapear a expansão e fragmentação das áreas alagadas entre 1985 e 2022. Os resultados indicam expressiva ampliação da superfície aquática após o represamento, com predominância de áreas de ganho em relação às perdas, principalmente em setores de baixa altitude, que passaram a permanecer inundados permanentemente. A reorganização espacial do hidrossistema resultou na formação de centenas de ilhas e canais isolados, promovendo fragmentação e modificação do ecossistema. A regulação do pulso hidrológico reduziu a amplitude das cheias e secas naturais, impactando a conectividade de habitats, a reprodução de espécies aquáticas e o transporte de sedimentos. O uso de dados derivados do sensoriamento remoto são fundamentais para monitorar mudanças de grande escala e subsidiar estratégias de manejo e conservação. O estudo reforça a necessidade de ampliar o monitoramento contínuo e adotar abordagens de gestão adaptativa para minimizar os impactos de grandes reservatórios em sistemas fluviais amazônicos.
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