Distribuição e autocorrelação espacial das notificações da violência urbana contra a mulher
DOI:
https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v19i51.5887Keywords:
Sistemas de Informação Geográfica, Análise Espacial, Violência contra a Mulher.Abstract
Objetivou-se verificar a distribuição e a autocorrelação espacial das notificações da violência contra a mulher. Trata-se de um estudo exploratório, quantitativo, transversal, baseado em dados secundários, a partir das notificações da violência contra a mulher registradas no SINAN, entre os anos 2014 e 2017. Além das estatísticas descritivas, foram gerados mapas (Lisa e Moran) para a demonstração da distribuição espacial das notificações, além de diagramas, utilizando o Índice Global de Moran e a Estatística C de Geary, com auxílio do software estatístico RStudio. Foi adotada como unidade de verificação a variável “Bairro de ocorrência” para nortear a análise espacial. A partir dos resultados (N = 558), foi possível verificar maior prevalência da violência psicológica (80,1%), seguida da física (39,2%). Não foram encontrados resultados estatísticos significativos para a autocorrelação espacial entre os bairros. Diante do observado, pode-se inferir que a não associação entre os bairros sinaliza um fator positivo, por limitar a disseminação do fenômeno da violência. O presente estudo possibilitou o norteamento do processo de tomada de decisão frente ao cenário da violência contra a mulher, além de se constituir em uma ferramenta útil para guiar o planejamento de ações de combate ao agravo.Downloads
References
ABATH, MB et al. Avaliação da completitude, da consistência e da duplicidade de registros de violências do Sinan em Recife, Pernambuco, 2009-2012. Epidemiol Serv Saude, Brasília, v. 23, n. 1, p. 131-42, 2014.
AMARAL, NA; AMARAL, CA; AMARAL, TLM. Mortalidade feminina e anos de vida perdidos por homicídio/agressão em capital brasileira após a promulgação da Lei Maria da Penha. Texto contexto – enferm, Florianópolis, v. 22, n. 4, p. 980-988, 2013.
BARBOZA, G. Uma análise espacial secundária da violência armada perto das escolas de Boston: uma abordagem de saúde pública. Jornal Saúde Urbana, São Paulo, v. 95, n. 3, p. 344-360, 2018.
BARUFALDI, LA et al. Violência de gênero: comparação da mortalidade por agressão em mulheres com e sem notificação prévia de violência. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, p. 2929-38, 2017.
BERNARDINO, IM et al. Intimate partner violence against women, circumstances of aggressions and oral-maxillofacial traumas: A medical-legal and forensic approach. Legal Medicina, Salen, v. 31, n. 6, p. 1-6, 2018.
BERNARDINO, IM et al. Social determinants of health and maxillofacial injuries in children and adolescents victims of violence: A novel GIS‐based modelling application. Int J Pediatric Dentistry, Birmingham, v. 10, n. 1, p. 1-9, 2018.
BEZERRA, KS; ARAÚJO NETO, F. A violência doméstica contra a mulher no município de Campina Grande - PB. Revista Datavenia, Viena, v. 5, n. 2, p. 15-24, 2014.
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº 11.340. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília; 2006.
BRASIL - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2406. Institui serviço de notificação compulsória de violência contra a mulher, e aprova instrumento e fluxo para notificação. Brasília; 2004.
BRASIL. Presidência da República (PR). Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Política nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres. Brasília: PR; 2011.
CORREIA, LOS; PADILHA, BM; VASCONCELOS, SML. Methods for assessing the completeness of data in health information systems in Brazil: a systematic review. Ciências Saude Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 11, p. 4467-4478, 2014.
CORREIA, VRM et al. Uma aplicação do sensoriamento remoto para a investigação de endemias urbanas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 1015-28, 2007.
DELZIOVO, CR et al. Qualidade dos registros de violência sexual contra a mulher no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em Santa Catarina, 2008-2013., Epidemiologia e serviços de saúde, Brasília, v. 27, n. 1, p. 1-12, 2017.
DURAN, S; ERASLAN, ST. Violence against women: affecting factors and coping methods for women. J Pak Med Assoc, CA, v. 69, n. 1, p. 53-57, 2019.
FORD-GILBOE, M et al. Patterns and Predictors of Service Use Among Women Who Have Separated from an Abusive Partner. J Fam Violence, New York, v. 30, n. 4, p. 419-431, 2015.
JUSTINO, LCL et al. Violência sexual contra adolescentes em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 36, n. esp, p. 239-246, 2015.
KIND, L et al. Subnotificação e (in) visibilidade da violência contra mulheres na atenção primária à saúde. Cadernos Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 9, p. 1805-15, 2013.
LABORE, K et al. Prevalence and Predictors of Violence Against Women in Pakistan. J Interpers Violence, New York, 886260518824652, 2019.
LEITE, FMC e tal. Violence against women, Espírito Santo, Brazil. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 51, n. 10, p. 346-89, 2017.
LOXTON, D et al. Intimate partner violence adversely impacts health over 16 years and across generations: A longitudinal cohort study. Plos One, San Francisco, v. 12, n. 6, p. 178-81, 2017.
LUCENA, KDT et al. Análise espacial da violência doméstica contra a mulher entre os anos de 2002 e 2005 em João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 28, n. 6, p. 1111-1121, 2012.
MAGALHÃES, MAFM et al. Análise espacial da Tuberculose no Rio de Janeiro no período de 2005 a 2008 e fatores socioeconômicos associados utilizando microdado e modelos de regressão espaciais globais. Cien Saúde Colet, Rio de Janeiro, v. 22, n. 3, p. 831-839, 2017.
MENEGHEL, SN et al. Repercussões da Lei Maria da Penha no enfrentamento da violência de gênero. Cien Saúde Colet, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 691-700, 2013.
MINAYO, MCS. Conceitos, teorias e tipologias de violências: a violência faz mal à saúde individual e coletiva. In: Impactos da Violência sobre a Saúde. Editora Fiocruz. 2009.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Violencia contra la mujer: respuesta del sector de la salud [Internet]. Genebra: Organización Mundial de la Salud ; 2013 [citado 2017 set 19]. 8 p.
R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, 2017
SILVA, GCB et al. Psychological, physical and sexual violence against Brazilian women: a cross-sectional study. Acta Sci. Health Sci., Maringá, v. 45, n. 1, e61272, 2023.
SILVA, GCB; MARCOLINO, EC; CAVALCANTI, AL. Physical school violence perpetrated against students of public schools in a municipality in northeastern Brazil. Adolesc Saúde, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 36-43, 2018.
SOUSA, RI et al. Facial trauma as physical violence markers against elderly Brazilians: A comparative analysis between genders. Arch Gerontol Geriatr, Amsterdam, v. 67, n. 1, p. 55-60, 2016.
TURK, R et al. Experiences and views of married women about domestic violence. Int J Nurs Pract, Carliton, v. 23, n. 1, p. 1-8, 2017.
UNITED NATIONS. General Assemly Resolution nº 48/104 of 20 December 1993. Declaration on the elimination of violence against women. Geneva: Office of the United Nations High Comissioner for Human Rights; 1993.
YAKUBOVICH, AR et al. Risk and Protective Factors for Intimate Partner Violence Against Women: Systematic Review and Meta-analyses of Prospective–Longitudinal Studies. Am J Public Health, Washington, v. 108, n. 7, p. 1-11, 2018.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 ACTA GEOGRÁFICA

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
PORTUGUÊS A Revista ACTA Geográfica deterá os direitos autorais dos trabalhos publicados. Os direitos referem-se a publicação do trabalho em qualquer parte do mundo, incluindo os direitos às renovações, expansões e disseminações da contribuição, bem como outros direitos subsidiários. Os(as) autores(as) têm permissão para a publicação da contribuição em outro meio, impresso ou digital, em português ou em tradução, desde que os devidos créditos sejam dados à Revista ACTA Geográfica.
ENGLISH ACTA Geográfica Journal will obtain the auctorial rights for all published texts. This also implies that the text can be published anywhere in the world, including all rights on renewal, expansion and dissemination of the contribution, as well as other subsidiary rights. The author’s get permission to publish the contribution in other medias, printed or digital, itmay be in Portuguese or translation, since the publication is credited to ACTA Geográfica Journal.

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.







