Análise epidemiológica dos casos de malária na tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana de 2010 a 2017

Autores

  • Francisco C. C. da Silva Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PROCISA). Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil.
  • Alexander Sibajev Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PROCISA). Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil.
  • Maria L. M. Palma Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PROCISA). Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil,

DOI:

https://doi.org/10.18227/hd.v2i2.7508

Palavras-chave:

Malária, fronteira, Roraima, Guiana

Resumo

Introdução: A malária é uma doença infecciosa considerada um problema de saúde global. No Brasil, graças às políticas públicas, os casos notificados de malária diminuíram, porém essa não é a realidade da região norte do país, especialmente no estado de Roraima, que por fazer fronteira com outros dois países, Venezuela e Guiana, apresenta características nosogeográficas peculiares e que dificultam a erradicação da doença. Objetivo: Analisar a epidemiologia da malária na tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, num corte temporal de 2010 a 2017, e como a fronteira se torna um ambiente propício para a disseminação da doença. Métodos: Revisão bibliográfica, relatórios da OMS, obtenção de dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária). Dados foram organizados e analisados com o auxílio dos programas Microsoft® Office Excel 2016 e TabWin v. 3.6b. Desenvolvimento: Em Roraima, enquanto o número de casos autóctones tende a diminuir, os casos importados da Venezuela e Guiana tendem a aumentar e diminuir ciclicamente, de acordo com diversos fatores, como os migratórios e de investimento público em saúde. A maior parte dos casos importados notificados em Roraima, são oriundos da Venezuela, o que pode ser explicado pela livre e intensa imigração oriunda deste país. Conclusão: Esses achados demonstram a necessidade de um maior cuidado com as áreas de fronteira, de aperfeiçoamento do sistema de vigilância epidemiológica e dos profissionais responsáveis por sua alimentação, da melhoria do atendimento em saúde nas zonas de fronteira, com especialistas em malária, envolvimento da população nos cuidados em saúde e prevenção.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde, Portal da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS) –Informações de Saúde (TABNET). Disponível na Internet em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02. (acesso em: 04/10/2018).

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica – Notificação de Casos de Malária (SIVEP-Malária). Balanço 2010 a 2017. Disponível na Internet em: www.saude.gov.br/sivep_malaria. (acesso em: 04/10/2018).

CHAVES, S. S.; RODRIGUES, L. C. An initial examination of the epidemiology of malaria in the State of Roraima, in the Brazilian Amazon Basin. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 42, n. 5, p. 269–275, out. 2000.

FARRAR, J. et al. Manson’s Tropical Infectious Diseases 23rd edition. Saunders, Elsevier, 2014.

FENG, J. et al. Ready for malaria elimination: zero indigenous case reported in the People’s Republic of China. Malaria journal, v. 17, n. 1, p. 315, 29 ago. 2018.

FONTES, M. S. Recursos naturais nas Relações Internacionais: O precedente do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, Rio de Janeiro: vol. 7, no 1, janeiro-abril, p. 109-132, 2015.

GRIFFING, S. M. et al. A historical perspective on malaria control in Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 110, n. 6, p. 701, 2015.

GRILLET, M. E. et al. Malaria in Venezuela requires response. Science, v. 359, n. 6375, p. 528.1-528, 2 fev. 2018.

HIPÓCRATES. Aforismos. São Paulo: Martin Claret, 2003. WILLIAMS, J. The ethics of territorial borders: drawing lines in the shifting sand. [S.l.]: Palgrave Macmillan, 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Boa Vista – Roraima. Disponível na Internet em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rr/boa-vista/panorama. (acesso em: 14/08/2018).

JORDANO, D. Efeitos das mudanças climáticas aumentam casos de malária na Amazônia. Ciência para todos. v.1, n.5. p. 28-33, ago. 2010.

MARCHAO, T. Venezuelanos sobrecarregam postos de saúde na fronteira com Roraima. [online]. Disponível na Internet em: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/03/04/busca-por-atendimentomedico-na-fronteira-sobrecarrega-a-pequena-pacaraima.htm. (acesso em: 05/10/2018).

OLIVEIRA, J. M. et al. Caracterização epidemiológica da malária em Roraima no período de 2006 a 2016. Health and Diversity, v. 1, no 2, p. 104-108.

OLIVEIRA-FERREIRA, J. et al. Malaria in Brazil: an overview. Malaria journal, v. 9, p. 115, 30 abr. 2010.

Organização Mundial da Saúde. World Malaria Report 2017. http://www.who.int/malaria/publications/worldmalaria-report-2017/report/en/. (acesso em 27.07.2018).

PARKER, D. M. et al. Malaria ecology along the Thailand-Myanmar border. Malaria journal, v. 14, p. 388, 5 out. 2015.

PARKER, D. M. et al. Malaria ecology along the Thailand-Myanmar border. Malaria journal, v. 14, p. 388, 5 out. 2015.

PEITER, P. C. et al. Situação da malária na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 12, p. 2497–2512, dez. 2013.

PEITER, P. et al. Doenças transmissíveis na faixa de fronteira Amazônica: o caso da malária. Território, ambiente e saúde, p. 257–272, 2008.

PONTES, C. J. A guerra no inferno verde: o segundo ciclo da borracha, o front da amazônia e os soldados da borracha. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, INSS: 2446-4821, vol. 2, no 1, p. 56-67, 2015.

SAMPAIO, V. S. et al. Malaria in the State of Amazonas: a typical Brazilian tropical disease influenced by waves of economic development. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 48, n. suppl 1, p. 4–11, jun. 2015.

SILVA-VASCONCELOS, A. da et al. Biting Indices, Hostseeking Activity and Natural Infection Rates of Anopheline Species in Boa Vista, Roraima, Brazil from 1996 to 1998. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 97, n. 2, p. 151– 161, mar. 2002.

SOUZA, L.C. Vade-Mecum de Clínica Médica 3a edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

TUITE, A. R. et al. Infectious disease implications of largescale migration of Venezuelan nationals. Journal of travel medicine, v. 25, n. 1, 1 jan. 2018.

Downloads

Publicado

06/12/2018

Como Citar

Silva, F. C. C. da ., Sibajev , A. ., & Palma , M. L. M. . (2018). Análise epidemiológica dos casos de malária na tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana de 2010 a 2017. Revista Saúde & Diversidade, 2(2), 57–60. https://doi.org/10.18227/hd.v2i2.7508

Edição

Seção

Artigos