Adoecer com o filho: os modos de ser autêntica na vivência de um tratamento clínico gestacional

Autores

  • Larissa G. L. Neves Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brasil.
  • Ewerton H. B. de Castro Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18227/hd.v1i2.7479

Palavras-chave:

Psicologia hospitalar, maternidade, fenomenologia existencial

Resumo

Introdução: Na perspectiva fenomenológico-existencial, compreender o ser-doente exige do profissional da equipe de saúde um mergulhar profundo na aceitação incondicional do mesmo, na qual o psicólogo deve criar condições para a reflexão do significado do adoecer. Objetivo: Compreender o discurso de gestantes em processo de internação para tratamento clínico, diante da situação de adoecer-com- o-filho, em uma maternidade pública na cidade de Manaus. Métodos: Pesquisa qualitativa que, diante da psicologia hospitalar e nos moldes da fenomenologia existencial, resgatou a partir de entrevistas de acolhimento os sentimentos e significados apreendidos por 14 gestantes em processo de tratamento clínico em uma maternidade pública na cidade de Manaus. As categorias de análise foram baseadas de acordo com a obra “Ser e Tempo”, de Martin Heidegger, na qual delineia o conceito de autenticidade do ser-no-mundo. Resultados: O trabalho constatou a importância da psicologia da saúde dentro de uma maternidade, assim como a relevância específica do acompanhamento de demandas psicológicas em leitos de tratamento clínico gestacional. Conclusão: Mediante os relatos colhidos, foi visto o ser em sua totalidade, não somente sua enfermidade. A autenticidade existiu quando elas demonstraram estarem lançadas ao mundo, a partir da compreensão de um ser-doente com um vir-a- ser-saudável.

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Publicado

04/12/2017

Como Citar

Neves, L. G. L., & Castro, E. H. B. de . (2017). Adoecer com o filho: os modos de ser autêntica na vivência de um tratamento clínico gestacional. Revista Saúde & Diversidade, 1(2), 113–119. https://doi.org/10.18227/hd.v1i2.7479

Edição

Seção

Artigos