Desserviços e as áreas de preservação permanente

impactos nos sistemas fluviais de Envira (AM)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v19i53.8706

Palavras-chave:

Geodiversidade, Fisiografia fluvial, Desserviços ambientais, Conservação

Resumo

Este estudo analisa os impactos ambientais e os desserviços ecossistêmicos na faixa de meandro do rio Tarauacá, no município de Envira (AM), com foco nas Áreas de Preservação Permanente (APP) e nos sistemas fluviais dos igarapés Buriti e Preto. A pesquisa, baseada nos dados da Carta de PIGEOG e do CPIGEOG, evidenciou que a ocupação urbana desordenada, o desmatamento, a perfuração inadequada de poços e o descarte irregular de resíduos têm causado sérias perturbações à fisiografia fluvial. Essas ações comprometem a qualidade da água, provocam o assoreamento de nascentes e cursos d’água, reduzem a biodiversidade e aumentam o risco de enchentes. Os poços abandonados e mal localizados, principalmente em regiões de solo arenoso e zonas de influência flúvio-pluvial, contribuem para a degradação do lençol freático e a contaminação dos solos. O estudo destaca a importância dos serviços ecossistêmicos (suporte, provisão, regulação e cultura) como essenciais à vida humana e ao equilíbrio ambiental. A degradação contínua das APP e dos ecossistemas fluviais demonstra a urgência de ações integradas de fiscalização, recuperação ambiental e educação da população local. A incorporação da complexidade ecológica no planejamento urbano é fundamental para reverter o quadro de desserviços e garantir a sustentabilidade da paisagem e dos recursos naturais.

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Biografia do Autor

Madalena Epifânio Marques, UFAM

Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (2015) e mestra (2024). Professora do Ensino Básico da Secretaria Municipal de Educação de Envira - AM.  

Jesuete Pachêco Brandão, UFAM

Doutora pela Universidade de Brasilia - UNB (2013). Professora Efetiva do Ensino Superior da Universidade Federal do Amazonas. 

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Publicado

01/12/2025