Tecnologias sociais hídricas e mitigação sobre os efeitos da insegurança hídrica no semiárido nordestino
DOI:
https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v18i49.8094Palavras-chave:
semiárido brasileiro, Escassez Hídrica, Acesso à água, Insegurança HídricaResumo
Baseada em políticas de convivência com a seca, as tecnologias sociais hídricas representadas por cisternas de placas são uma das principais estratégias de conivência com a seca no Semiárido Nordestino. Nesse contexto, tendo como lócus a comunidade de Porto do Carão, no município de Pendências/RN, este trabalho buscou analisar a contribuição das cisternas de placas para a segurança hídrica domiciliar. A insegurança hídrica domiciliar foi diagnosticada por meio da aplicação de questionários estruturados com perguntas objetivas. As questões foram estruturadas segundo as dimensões analisadas pela ONU (2010) e Jepson (2014). Por sua vez, as cisternas foram mapeadas e identificadas segundo as ações de convivência com o semiárido. As cisternas são provenientes dos Programas “Um Milhão de Cisternas (P1MC)” e do “Uma Terra e Duas Águas (P1+2)” tendo função complementar ou alternativa ao sistema de abastecimento marcado por constantes intermitências, e falta de condições de potabilidade sem monitoramento da qualidade ou tratamento prévio. As cisternas têm contribuído como efeito amenizador da insegurança hídrica, no entanto, há necessidade de articular a sua implementação com acompanhamento e manutenção das estruturas e melhorias no sistema de abastecimento, principalmente quanto a segurança e disponibilidades de fontes hídricas.
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