Processo de requalificação urbana da área central de Boa Vista-RR: uma cidade da Amazônia Setentrional

Resumo

As cidades brasileiras estão passando por grandes mudanças na paisagem e na dinâmica socioespacial, o que leva a uma discussão sobre questões urbanas, bem como no planejamento urbano e na organização do espaço. O processo de requalificação, reestruturação ou renovação acaba por criar novas formas de estruturas preexistentes, tornando esse espaço renovado ou requalificado, e é um desafio tanto para os geógrafos e arquitetos quanto para os planejadores urbanos. Entender o processo de requalificação da área central de Boa Vista, a sua relação com a transformação e alteração da paisagem urbana e o impacto dessa alteração na população é o principal objetivo dessa investigação. Em Boa Vista, Roraima, essas alterações na paisagem têm como proposta a requalificação da área central, destacando como consequência a segregação socioespacial. Existe uma relação topofílica entre os moradores do Beiral e o Rio Branco. Próximos às suas margens, alguns moradores ainda resistem ao avanço das atuais práticas modernas de produção, pois usam o espaço ainda como mercadoria, e reproduz o modo de vida dos chamados povos ribeirinhos. O espaço foi alterado e modificado provocando conflitos socioespaciais pela permanência e apropriação do espaço. Embora, Boa Vista seja uma cidade da Amazônia Setentrional, aqui, segue-se a mesma lógica das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, no tocante à requalificação da área central: o aumento da reprodução do capital e o aprofundamento das desigualdades socioespaciais.