BAARAZNAU WAPICHAN: etnolinguística fitogeográfica Wapixana

Autores

  • João Paulo Jeannine Andrade CARNEIRO

DOI:

https://doi.org/10.5654/acta.v3i6.221

Resumo

Historicamente, a vegetação existente no nordeste de Roraima ficou conhecida, nos mapas e relatórios portugueses do século XVIII, como “campos”, acompanhada do elemento geográfico referencializador: o rio Branco. Com o passar do tempo, outros termos foram introduzidos, especialmente pelos colonizadores, para designar a fitogeografia da região, tais como Cerrados, Savanas e Lavrados. Nenhum dos termos empregados levou em consideração as nomenclaturas indígenas para caracterizar tal bioma. Pretendemos, com o presente estudo, trazer à luz essas terminologias. Os Wapixana, grupo de filiação lingüística Arawak, são habitantes por excelência desses domínios campestres. Iremos analisar, portanto, na perspectiva etnolíngüística, as diferentes terminologias utilizadas pelos Wapixana para caracterizar as diferentes paisagens campestres do nordeste de Roraima. Para os Wapixana, os campos, baaraznau, são frutos da geografia mítica, onde antigos homens interferiram no elemento natural, através da derrubada da grande árvore ou pela morte de imensos animais, para construir uma paisagem cultural, que até os dias de hoje é transformada pelos Wapixana. Neste contexto, podemos supor que a dispersão dos extensos campos de Roraima tem uma forte contribuição dos povos nativos que por ele passaram e que nele habitam. Assim, concluímos que a análise etnolinguística fitogeográfica Wapixana revelou paisagens culturais repletas de significados que desvelaram, em parte, a visão de mundo do grupo denominador. Palavras-Chave: Etnolinguística, Fitogeografia, Wapixana, Geografia Mítica. RÉSUMÉ Historiquement, la végétation existante dans le Nord-Est de l'Etat de Roraima est devenue connue, dans les cartes et les rapports portugais du XVIIIe siècle, comme « campos », accompagnée de l'élément géographique de référence : le fleuve Branco. Avec le temps, d'autres termes furent introduits, spécialement par les colonisateurs, pour désigner la phitogéographie de la région, tels que « Cerrados », Savanes et « Lavrados ». Aucun des termes utilisés n'a pris en considération les nomenclatures indigènes pour caractériser un tel biome. Je prétends, avec ce travail, éclaircir ces terminologies. Les Wapixana, groupe d'affiliation lingüistique Arawak, sont les habitans par excelence dans ces domaines campesins. J'envisage analyser, donc, dans une perspective ethnolingüistique, les différentes terminologies utilisées par les Wapixana afin de caractériser les différents paysages du Nord-Est de l'Etat de Roraima. Pour les Wapixana, les champs, baaraznau, sont fruits de la géographie mythique, où d'anciens hommes auraient intéragi dans l'élément naturel, à travers la mise à bas du grand arbre ou par le moyen de la mort d'immenses animaux, pour construire un paysage culturel, lequel jusqu'à nos jours est transformé par les Wapixana. Dans ce contexte, il est possible de supposer que la dispersion des grands champs de Roraima a une forte contribution des peuples natifs qui les ont traversés et qui l'ont habités. Alors, je conclus que l'analyse ethnolingüistique phitogéographique Wapixana révèle des paysages culturels pleins de significations qui dévoilent, en partie, la vision de monde du groupe dénominateur. Mots-Clè: Ethnolingüistique, Phitogéographie, Wapixana, Géographie mythique. DOI: 10.5654/actageo2009.0306.0002

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Publicado

01/03/2010

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Artigos