MONOCULTIVO DE ÁRVORES E PRODUÇÃO DE CELULOSE NO SUL GLOBAL E SEUS DESDOBRAMENTOS PARA O TRABALHO E O(S) TERRITÓRIO(S): APROXIMAÇÕES TEÓRICO-EMPÍRICAS SOBRE O CASO BRASILEIRO (Tree monocultivation and cellulose production...)
Resumo
O aumento da produção brasileira de celulose nos últimos anos e, adstrita a ele, a expansão do monocultivo de árvores, são fenômenos recentes com intensos desdobramentos de ordem econômica, social e, sobretudo, territorial. Os entusiastas do setor, representantes diretos ou indiretos do capital e agentes do Estado, veem nisso um claro sinal da “vocação” do país para tais atividades, cujas evidencias estariam em sua produtividade e competitividade incomparavelmente superiores as de qualquer outro país do mundo. Muito além do discurso, entretanto, o caso brasileiro deve ser entendido como manifestação do processo de fragmentação e ampliação geográfica do circuito produtivo do papel, agora mundializado, em cujo movimento de complementariedade produtiva se insere o Brasil em função de alguns condicionantes naturais e sociais específicos. Dentro das fronteiras nacionais, engendra-se, concomitantemente, um processo de interiorização da produção de celulose, guiado pela busca cega pela redução dos custos produtivos por parte das corporações (nacionais e estrangeiras) do setor, e materializado pela implantação de megaempreendimentos em pontos distantes do centro dinâmico da economia nacional. O objetivo do presente artigo é apresentar e problematizar alguns dos principais aspectos desses fenômenos, bem como das questões mais notórias em sua relação com o trabalho (e os trabalhadores) e com os territórios os quais têm afetado. Palavras-chave: monocultivo de árvores; celulose; acumulação do capital; território; precarização do trabalho. ABSTRACT The increase of Brazilian cellulose production in the last years and, linked to it, the expansion of tree monocultivation are recent phenomena with serious economical, social, and specially territorial consequences. Advocates of this production, direct or indirect representatives of capital, and State agents look at it as a clear sign of the country's "vocation" for such activities, given its productivity and competitiveness, which are absolutely superior to those of any other country in the world. Besides the discourse, however, the Brazilian case should be understood as a manifestation of the process of fragmentation and geographical extension of the paper production circuit, now globalized, in which the complementary production movement includes Brazil, due to some specific natural and social conditions. In Brazil, it is concomitantly starting a process of moving cellulose production into the countryside. Such process is guided by national or foreign corporations' blind interest in reducing production expenses, and it is also performed through the establishment of mega enterprises in places distant from the dynamic center of the national economy. The present work aims at presenting and questioning some of the main aspects of these phenomena, as well as the most outstanding issues in relation to work (and to workers), and to the territories which have been affected. Keywords: tree monocultivation; cellulose; capital investrment; territory; precariousness of work. RESUMEN El aumento de la producción brasileña de celulosa en los últimos años, y unida a él, la expansión del monocultivo de árboles, son fenómenos recientes con intensas implicaciones de orden económico, social y sobre todo territorial. Los entusiastas del sector, representantes directos o indirectos del capital y agentes del Estado, interpretan eso como una clara señal de la "vocación" del país para tales actividades, cuyas evidencias estarían en su productividad y su competitividad incomparablemente superiores a las de cualquier otro país del mundo. Más allá del discurso, no obstante, el caso brasileño debe ser entendido como manifestación del proceso de fragmentación y ampliación geográfica del circuito productivo del papel, ahora globalizado, en cuyo movimiento de complementariedad productiva se adhiere Brasil, debido a algunos condicionantes naturales y sociales específicos. Dentro de las fronteras nacionales, concomitantemente se genera un proceso de descentralización de la producción de celulosa, guiado por la búsqueda ciega de la reducción de los costos de producción por parte de las corporaciones (nacionales y extranjeras) del sector, y también materializado por la implantación de emprendimientos gigantescos en puntos distantes del centro dinámico de la economía nacional. El objetivo del presente artículo es presentar y cuestionar algunos de los principales aspectos de esos fenómenos, como también los asuntos más notorios en su relación con el trabajo (y los trabajadores) y con los territorios que han sido afectados. Palabras-clave: monocultivo de árboles; celulosa; acumulación de capital; territorio; inestabilidad del trabajo. DOI: 10.5654/actageo2013.0003.0007Downloads
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